domingo, 16 de agosto de 2009

Acidentes nas estradas. 060528

Acidentes nas estradas
(Enviada aos jornais em 28 de Abril de 2006)

A GNR, com base na experiência dos seus agentes (de vários postos hierárquicos) e nas estatísticas, chegou à conclusão de que a maioria dos acidentes rodoviários resulta de erros dos condutores, tendo as condições da estrada e o material uma influência pequena. Ainda estas palavras soavam nos nossos ouvidos, já apareciam uns opinantes teóricos a quererem convencer do contrário. Pura demagogia ou neurose, esta tendência de branquear e a indulgência inerente aos tradicionais brandos costumes, perante os erros humanos. Uma observação simples leva-nos a concluir que quanto melhores são as estradas mais frequentes e graves são os acidentes. O IP4, o IP5, as A1, A2 e A5 têm sido palco de mais acidentes e mais graves do que as estradas anteriores. As melhores estradas propiciam os excessos de pessoas que pretendem afirmar-se com velocidades além dos limites seguros, ao ponto de a sua fraca capacidade de domínio do carro ser evidenciada por acidentes. Também essas vias rápidas servem aos que beberam com exagero para se auto-convencerem que são tão bons como os pilotos da F1.

É certo que a sinalização, muitas vezes, estimula o desrespeito, pela falta de critério razoável traduzida em injustificado excesso de restrição. Por exemplo, na estrada de Alcabideche para Birre, ao descer para a ribeira, há um sinal que limita a velocidade a 30 Km/h. Ninguém sabe nem compreende porquê. Há umas curvas que impedem que se desça a 90 Km/h, mas várias pessoas têm ali passado a 70 sem o mínimo risco de acidente. Casos destes existem às dúzias pelo país, o que resulta na descredibilização dos sinais. E, um dia num local em que o sinal esteja ajustado à realidade nada impede um susto ou mesmo um despiste.

Porém, a competência do condutor deve permitir-lhe avaliar as condições de segurança, por forma a viajar com o mínimo grau de perigo e a necessária segurança para si, os seus companheiros e os outros utentes da via, evitando tornar-se um homicida rodoviário.

E enquanto, o grau de civismo e prudência dos condutores não atingir níveis convenientes, é imperioso que se intensifique a acção das forças policiais, com intervenções frequentes e a publicidade das coimas resultantes, a fim de que as festas dos Santos populares e as férias não sejam um drama para as famílias.

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