sábado, 15 de agosto de 2009

O futuro de Portugal assentará no turismo?. 060315

(Publicada no Diário de Notícias em 15 de Março de 2006, p. 9)

Um amigo meu, regressado de uma visita aos Emiratos Árabes Unidos, confessa-se fascinado com a aposta séria no turismo traduzida em novas instalações hoteleiras únicas no Mundo e em obras de grande vulto por todo o lado. Isto não surpreende porque, há já vários anos, chegavam notícias da preparação para a época pós-petróleo. Havia que decidir o futuro destes países e a escolha caiu nas altas tecnologias e no turismo, com prioridade para este. Depois havia que actuar com perseverança em consonância com esse objectivo nacional. E a coerência e convergência de acções está a produzir resultados bem visíveis.

Em Portugal, também já se ouviram vozes dizendo que o futuro do País assentará no turismo, mas tal não constitui, ainda, objectivo nacional aceite e difundido por todos os partidos com potencialidade governativa. No entanto, e por não estar claramente definido e aprovado como objectivo nacional, já temos verificado muitos passos atrás e muita burocracia retardadora: foram os impedimentos levantados contra três empreendimentos turísticos em Belmonte por estar próximo de zona protegida, em Benavente por ameaçar alguns sobreiros, em Baião, por estar à beira do Rio Douro. Também no Algarve um empresário pensou construir uma ilha artificial à semelhança das existentes no Dubai, mas a burocracia e os pruridos ecológicos irão produzir, certamente, os habituais efeitos desencorajadores. Agora surge a notícia do encerramento das viagens do intercidades entre Porto e Régua que retira as esperanças que localmente vinham sendo desenvolvidas quanto às perspectivas do turismo do Alto-Douro.

Afinal, qual será o futuro económico do País, por forma a poderem ser pagas as importações que crescem a ritmo preocupante, sem contrapartida proporcional por parte das exportações.

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