quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sinalização deficiente 020728

Felicito a XIS pelo bom serviço que presta aos leitores (e ao país), dando-lhes espaço para os seus desabafos. Parabéns à leitora Maria Leonor Castro Ferreira pela sua carta sobre a «sinalização deficiente».

Infelizmente, a realidade mostra que não existe critério para a sinalização quer das estradas quer dentro das localidades. Umas vezes é superabundante, confusa e restritiva; outras vezes é escassa ou mesmo inexistente.

Como exemplo, refiro muitas saídas no malfadado IP5 sinalizadas com a indicação misteriosa de «Trânsito local» e os sinais de 50Km/h entre Pombal e Condeixa da EN 1 a que ninguém obedece e apenas servem para a caça à multa.

A sinalização é colocada por pessoas que conhecem bem as localidades e não têm sensibilidade para as necessidades das pessoas estranhas. Resulta uma sinalização inútil para aqueles que dela realmente precisam.

Ando muito a pé, e sou abordado por peões e por automobilistas a fazerem perguntas incríveis que apenas se devem à carência de sinalização eficiente. Por exemplo, em Cascais, a meio da Av. 25 de Abril têm-me perguntado: «pode dizer-me onde é a Av. 25 de Abril?», «por onde se vai para o tribunal?», «onde fica o registo predial?», «a praça de touros fica para que lado?», «por onde se vai para a Boca do Inferno». Já expus estes casos à caixa de sugestões da Junta de Freguesia, que depois encaminhou para a Câmara Municipal, mas nada melhorou.

Num domingo de manhã, numa viagem entre Viseu e Vila Nova de Famalicão, pelo interior, ao atravessar Paredes encontrei sinais confusos. Tive que retroceder, antes que entrasse na auto-estrada A4, e pedir informação a um passante. Se houvesse trânsito intenso, tal hesitação e inversão de marcha não seria nada recomendável.

Um dia sugeri ao Presidente da JAE que estabelecesse um critério geral para todo o país e que a concretização local fosse efectuada por técnicos vindos de longe, para conseguirem uma solução útil àqueles que verdadeiramente necessitam da sinalização. Obtive como resposta que essa medida seria positiva, mas custaria milhões de contos. Porém a PRP, segundo notícia de 18 de Julho, gastou em 2000 mais de quatro milhões de euros em «outdoors» com mensagens de conteúdo nada esclarecedor e que não teve qualquer efeito na redução da sinistralidade como provam as estatísticas que têm vindo a lume.

Infelizmente, não há no nosso país nenhum serviço que mostre eficiência no combate à alta sinistralidade rodoviária. Todos e cada um temos o dever de dar o nosso contributo para estancar esta sangria humana que encharca as nossas estradas, nos momentos em que se espera mais festa e alegria. Seria interessante que a XIS dedicasse um dos seus números a este tema dramático. Pode contar com a minha colaboração para algumas páginas.

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