sábado, 15 de agosto de 2009

Um Presidente para quê? 051223

(Publicada no Destak em 23 de Dezembro de 2005)

Depois de todos os debates entre alguns dos candidatos às eleições presidenciais, principalmente do último, ficam dúvidas sobre a (in)utilidade do Presidente. O decano dos candidatos respondia a qualquer ideia do seu émulo, invariavelmente, com a frase «isso não é da sua competência», e ficou subentendido das suas palavras que o Presidente apenas serve para dialogar com as instituições nacionais e viajar pelo estrangeiro para contactar os seus pares. Quanto às viagens, recordo uma anedota recente em que se afirma que o maior mal não são as idas ao estrangeiro mas sim o regresso. Fujimori quando foi para o Japão deixou o Chie aliviado, mas o seu regresso foi preocupante, havendo, porém, o bom senso de lhe oferecer um adequado abrigo bem guardado! Quanto ao diálogo, temos que reconhecer que de Belém têm saído discursos eloquentes e brilhantes, mas vazios de conteúdo quanto a efeitos práticos – que agora sabemos claramente «não são da sua competência».

Se o regime fosse alterado e os cargos de Presidente e de Primeiro-ministro passassem a ser desempenhados pela mesma pessoa nada se perderia, como se deduz das palavras do decano e poupavam-se os custos de Belém, os quais, segundo pessoas tidas como bem informadas, são superiores aos de qualquer casa real da Europa. E libertava-se o palácio para uma qualquer instituição mais útil, isto é, «com competência» para fazer algo de válido em benefício do País.

Com uma lista de tarefas tão aliciante – conversar e viajar – não admira que haja tanto interesse pelo lugar, que nem é exigente do ponto de vista de saúde ou da idade, a ponto de se gastar tanto dinheiro, tempo e energia, em campanhas mediáticas, acções de rua, etc. Eles lá sabem o que pretendem, e o país que vá votar e pagar tudo isto e o resto que virá.

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