quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Segurança, saber, responsabilidade e seriedade

Transcrevo o artigo do Correio da manhã de hoje escrito por pessoa que conhece o assunto por dentro, seguido de algumas considerações.

Segurança e seriedade
CM. 09 Janeiro 2010 - 00h30, Por Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

Olhando para o País actual em matéria de segurança, apercebemo-nos facilmente de que estamos perante o aumento da criminalidade em todas as suas vertentes.

Como afirmou o MAI, "a segurança é um assunto de Estado e deve ser tratada com seriedade". Aqui está uma afirmação que deve ser levada à prática. Se as alterações ao Estatuto da PSP, que entraram neste ano em vigor, e a Lei 12-A (LVCR) tivessem sido tratadas com seriedade e responsabilidade não teriam sequer sido aprovadas.

A verdade é que os responsáveis por este desconcerto legal, desconhecendo o funcionamento da PSP e roçando a incompetência, criaram a total confusão, obrigando o director nacional a produzir fórmulas mágicas para não pôr em causa o trabalho da instituição. Se este estatuto tinha por objectivo melhorar a motivação dos polícias e, por reflexo, a qualidade do serviço, aqui está um bom exemplo do seu contrário. Diplomas que têm por objectivo o desinvestimento na PSP, numa altura em que os cidadãos mais precisam de respostas céleres e eficazes da sua Polícia. Em suma, o que todos queremos é uma política de segurança responsável e séria, algo que falta a Portugal.

NOTA:
Ao ler este artigo, salta á memória um outro, «Responsabilidade e/ou convicção», que coloca em evidência que para encarar as situações é necessário conhecimento e sentido das responsabilidades. E quem fala de responsabilidades nos grandes problemas nacionais, presume o sentido de Estado, isto é, responsabilidade perante os interesses nacionais, o País, a Nação.

Falta na população conhecimento porque o ensino tem evidenciado muitas falhas e ineficácia e a formação profissional não colmata tais deficiências, como se vê na notícia «O que fazer com a água que quase enche a albufeira de Alqueva?». Neste caso, verifica-se não ter havido um estudo prévio antes da decisão, que devia ter esclarecido a utilidade do investimento, o planeamento de todas as obras para aplicação das águas, a programação de tudo o que havia de ser feito na sequência . Tal lição devia estar agora presente na preparação das decisões sobre os grandes investimentos, como aeroporto, TGV, auto-estradas etc.

É realmente indispensável que, antes das decisões, se conheça bem o problema com todas as suas variáveis, factores e implicações de cada hipóteses de solução, e se faça tudo com o maior sentido de responsabilidade e a máxima seriedade. A metodologia indicada em «Pensar antes de decidir», com eventuais pequenos ajustamentos, constitui uma boa base de trabalho.

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