quarta-feira, 16 de junho de 2010

Criança estimulada e apoiada sobressai

Por várias vezes têm sido aqui exaltados casos exemplares de gente jovem, por se tratar de uma luz de esperança quanto ao Portugal de amanhã. Entre as camadas etárias mais jovens existem valores que devem se devidamente apoiados e estimulados para efectuarem a indispensável ruptura com o marasmo que nos tem molestado e criarem estruturas modernas de progresso, para felicidade das pessoas, toda a sociedade.

Transcreve-se o artigo seguinte que merece cuidada meditação principalmente sobre a actuação dos pais e da professora.

Escritora aos nove anos
Jornal de Notícias. 08-06-2010. Por Eduardo Pinto

Um texto escrito na aula teve o elogio da professora. Um estímulo que culminou com publicação de um livro.

Tudo começou com uma história escrita numa ficha de avaliação. Mafalda Dinis tinha 7 anos. Chamava--se "Eu sou um palhaço". A professora Cátia Carvalho gostou e leu-a à turma. De então para cá não parou de escrever e no sábado apresentou publicamente o seu primeiro livro: "A grande máquina do tempo", editado pela Temas Originais.

Mafalda vive em Vila Real. Foi no Dolce Vita Douro que apresentou o livro, para uma assistência que num ápice esgotou a centena de exemplares que os pais tiveram de adquirir à editora. "E mais que houvesse", realçou o pai, Sérgio Dinis.

O livro tem 60 páginas e 22 histórias, mas a que dá corpo ao título refere-se a "um grupo de cientistas loucos que juntaram peças velhas e construíram uma máquina do tempo. Viajaram para trás e encontraram iberos e romanos entre outras coisas", contou. Apesar de terem enviado os textos para várias editoras, só a Temas Originais de Coimbra é que decidiu fazer a edição.
A pequena escritora admite que a paixão pelas letras surgiu cedo. Muito por "culpa" dos escritores graúdos, "que têm muita criatividade", António Mota e Sophia de Mello Breyner.

"Escrevo no computador ou nos cadernos da escola. Quando tenho preguiça, a minha mãe é a secretária, porque eu demoro muito a escrever à mão", contou, ao JN. A mãe, Emília Dinis, confirma: "Às vezes é difícil acompanhar o raciocínio dela. Algumas ideias parecem ser avançadas para a idade. Têm sempre moral da história e que faz pensar".

Mafalda é aluna do 4.º ano no Colégio Moderno de São José, em Vila Real, e assume o seu desejo de "ser escritora" quando for grande. Já se aventurou no campo da poesia e o próximo livro poderá ser em verso. "Acho que vou conseguir. Se trabalhar, consigo", assumiu.

O pai está orgulhoso, mas, sobretudo, "satisfeito". Porque vê compensado "o bom ambiente familiar". Sérgio Dinis deixa um apelo a outros pais: "Se um filho der qualquer sinal de capacidade para determinada área deve ser acompanhado logo para o ajudar a desenvolver a sua vocação".

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