segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pobreza. Realidade a transformar

Apesar das promessas e afirmações bombásticas de propagandistas alheios às realidades do País, chegam, de origem oficial, informações dramáticas que denunciam um estado catastrófico na vida de cerca de metade dos cidadãos. Segundo o artigo do JN «504 096», o relatório apresentado, há uns dias, pelo Conselho Nacional de Educação indica que mais de meio milhão de crianças (504.096) são abrangidas pela Acção Social Escolar. Isto significa que estas crianças, que correspondem a quase metade das crianças portuguesas que frequentam as nossas escolas, dependem do apoio financeiro do Estado para comprar livros e material escolar. E dependem das cantinas escolares para comer. Numa palavra, são 504 096 crianças pobres. O facto de representarem quase metade das crianças das escolas faz meditar na dimensão da catástrofe social existente, apesar de tantas palavras falsamente optimistas de governantes.

Outro aspecto que contradiz a propaganda sobre a obrigatoriedade do ensino até ao 12º ano, é que apenas 30% dos alunos chegam ao 12º ano.

O estado de penúria da população também se torna visível nos cerca de 460 mil portugueses que passam fome ou, eufemisticamente,"sérias perturbações no acesso a alimentos", na linguagem técnica do nosso Instituto Nacional de Estatística; ficámos também a saber que cerca de 2,14 milhões de portugueses são pobres ou segundo o INE, em "privação material".

No entanto, no momento da elaboração do OE, esse problema é esquecido e, entretanto, enterra-se no BPN o que faltava para somar 5000 milhões de euros saídos do bolso dos contribuintes e passa-se ao lado, sem as fechar, das torneiras de saída de dinheiro público sem utilidade nem racionalidade aparente como ficou dito em Onde se cortam as despesas públicas??? e em Dezenas de institutos públicos a extinguir.

Mas a Comunicação Social continua a encher espaço e tempo com o espectáculo tosco de pugilismo feito por actores que não querem machucar-se, como se deduz de OE. Haja sentido de Estado.

Com este panorama, indícios e sintomas, é preciso ter muita fé para augurarmos melhores dias!!!

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OE. Haja sentido de Estado

Frases do Dia para meditar

«O candidato à presidência da República Fernando Nobre considera que as negociações entre o Governo e o PSD para a viabilização do Orçamento do Estado (OE) visam apenas "salvar a face" e "continuam os tacitismos políticos no seu pior". "O que importa é salvar as aparências, não é salvar Portugal".»

Em «Um Orçamento para "salvar a face"»


«Enfim, espero bem que as conversas prévias dos estados-maiores dos dois partidos com os seus negociadores não tenham terminado, como no futebol antes da entrada em campo, com um grito de "Vamos a eles!" Afinal de contas, como ontem muito bem se acentuava neste espaço, estão em causa 10 milhões de pessoas que ainda não desistiram de ser portugueses.»

José Leite Pereira em «Política e Justiça lembram o futebol»


«Foi por este caminho de falsidades que os portugueses foram conduzidos ao maior suplício dos tempos modernos. Aprovem lá o Orçamento, abram as portas ao FMI - mas não deixem sem castigo (político e não só) os responsáveis por estes crimes. É que já basta!»

António Freitas Cruz em «De mentira em mentira até chegar o FMI»


«Agravamento de impostos, cortes nos salários da Função Pública, nas políticas sociais, nas áreas da saúde e da educação, numa só palavra, está em negociação o mais duro Orçamento imposto em Portugal após o 25 de Abril. As aberturas dos telejornais, as vozes da rádio, os títulos dos jornais e a blogosfera vão derramando sobre nós, gota a gota, o pacote da austeridade. O paralelo com os anos 80 não colhe. Mário Soares disse, nesses tempos, que "já se começava a ver luz ao fundo do túnel". Aludia aos efeitos da adesão à actual União Europeia e aos fundos comunitários que chegariam de Bruxelas. Em 2010, porém, o cenário é mais grave. Temos o túnel, mas ninguém vislumbra luz ao fundo.»

Mário Mesquita em «O túnel sem luz ao fundo»

Abate de automóveis

Segundo a notícia «Fim do incentivo ao abate ameaça sector automóvel», a partir de Janeiro, o incentivo de abate de carros velhos só será possível para quem comprar um eléctrico. As associações de comércio de automóveis dizem que é a medida mais gravosa para o automóvel prevista no Orçamento para 2011, ainda mais do que a subida de impostos.

Curiosamente, há pouco mais de um ano, o mesmo jornal trazia a notícia «Só isenção fiscal iria aumentar as vendas de automóveis», acerca de reivindicação das associações. Ela foi transcrita no post «Depois do BPN, o sector automóvel à mama» em que se reflectia sobre o sentido de gestão individual quanto ao momento da substituição do carro em função das suas condições de funcionamento em termos de segurança e de economia. Num momento de crise geral não se deve continuar com a tendência consumista e de ostentação de vender um carro ainda em boas condições de funcionamento.

Os lucros do sector automóvel não constituem um objectivo nacional que se sobreponha aos interesses gerais dos cidadãos que estão a sofrer sucessivos apertos de cinto.

No citado post consta entre muitas outras considerações o seguinte: o abate prematuro só serve para aumentar o negócio dos grandes grupos de importadores e vendedores. A pretensão das associações não pode ser um objectivo nacional, mas apenas um proteccionismo aos importadores e vendedores de automóveis novos.

Dos apoios a esses magnatas resulta prejuízo para o País por aumentar a dívida externa com mais importações, prejuízo para as pessoas que deixam de utilizar o carro enquanto pode funcionar com segurança e rentabilidade, prejuízo para os vendedores de peças e para as oficinas de manutenção e reparação, com o desemprego de muitos mecânicos de pequenas oficinas, por todo o país.

O bom povo deve ser ensinado a gerir os seus interesses e resistir aos apelos de vozes exploradoras das suas poupanças e dos dinheiros dos impostos.

Os governantes devem conhecer melhor as realidades dos portugueses em geral e não se limitarem a dar ouvidos às pressões de detentores do capital, ávidos de lucros à custa da exploração do povo menos informado.

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Silva Lopes tem medo do FMI

Transcrevo do post «Orçamento ou gestão competente?» a seguinte passagem que afinal não era tão arrojada como poderia parecer:

«Há economistas e gestores que consideram vantajosa a vinda de estrangeiros para sanar todos os vícios e manhas que se foram desenvolvendo nas décadas mais recentes. É lógico que políticos e outros parasitas do dinheiro público detestem a vinda do FMI, mas os portugueses que trabalham e produzem têm grande motivos para o desejarem a fim de verem o País limpo das pestes que o arrastaram para a desgraça.»

Silva Lopes veio confirmar a referida presunção ao dizer “Desta vez tenho medo do FMI”. Os argumentos que aponta, como velha raposa que é, não correspondem obrigatoriamente aos seus sentimentos e pensamentos. A hipotética vinda do FMI iria reduzir os seus privilégios de pertencente ao grupo dos beneficiados pelo Poder . Tem razão para ter medo, porque será natural que se o FMI vier acabará com acumulações de reformas, de tachos para reformados, de benefícios imorais aos cúmplices do descalabro de que estamos a ser vítimas, etc. e que meta na prisão muitas sanguessugas do dinheiro público.

Segundo texto que circula por e-mail,
«SILVA LOPES, com 77 (setenta e sete) anos de idade, ex-Administrador do Montepio Geral, de onde saiu há pouco tempo com uma indemnização de mais de 400.000 euros, acrescidos de várias reformas que tem, uma das quais do Banco de Portugal como ex-governador, logo que saiu do Montepio foi nomeado Administrador da EDP RENOVÁVEIS, empresa do Grupo EDP.

Com mais este tacho dourado, lá vai sacar mais umas centenas de milhar de euros num emprego dado pelos seus amigos do governo, que continua a distribuir milhões pelos seus cúmplices e coniventes.

Entretanto, o povp vai empobrecendo cada vez mais, num país com 20% de pobres, onde o desemprego caminha para níveis assustadores, onde os salários da maioria dos portugueses estão cada vez mais ao nível da subsistência.

Silva Lopes foi o tal que afirmou ser necessário o congelamento de salários e o não aumento do salário mínimo nacional, por causa da competitividade da economia portuguesa. Claro que, para este senhor, o congelamento dos salários deve ser uma atitude a tomar (desde que não congelem o dele, claro).»


Mandaria o bom senso que os «sábios» do grupo etário deste senhor deviam estar calados porque já mostraram que não souberam governar o País e evitar esta crise escandalosa que nos está a massacrar. As decisões que agora têm que ser tomadas vão afectar os mais jovens. E não os já bem instalados, viciados em maus actos contra a nação. Por isso, devia dar-se aos mais jovens a responsabilidade de gerir o seu futuro. Venha o FMI e, depois, dê-se as rédeas do poder a uma geração mais jovem e active-se a Justiça para condenar os prevaricadores. Não se compreende que os gerontes teimem em estar convencidos de que os ligeiramente menos velhos assumam responsabilidades, como a de administrador da EDP RENOVÁVEIS. Se os reformados fossem mandados repousar, libertariam muitos postos de trabalho para gente na idade activa reduzindo a taxa de desemprego.

Este caso é paradigmático e merece que estejamos atentos às contradições entre as palavras e as realidades da vida destes vendedores de «sábias verdades».

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Denúncia e cidadania

Há muitos abusos contra os interesses nacionais, de má utilização do dinheiro e de bens públicos, que são de todos os cidadãos, que passarão impunes se não houver denúncia de alguém que deles tenha conhecimento. Denunciar é preciso, em tais casos.

O vereador do PSD na Câmara de Vinhais, Carlos Costa, denunciou a vogal executiva do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), Cláudia Costa, por abusos no uso de viaturas viaturas do Estado do Centro numa deslocação em férias ao Algarve e em fins-de-semana em Aveiro. A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde está a investigar o caso.

Segundo a notícia, de acordo com o relatório de contas do CHNE, em 2009 - ano em que o hospital apresentou um prejuízo superior a dez milhões de euros - foram gastos 19 237,35 euros em combustível, relativos aos sete carros atribuídos à administração. Só Cláudia Costa apresentou gastos de 2 280,89 euros.

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«Boys», ostentação, despesas

Transcrição de um caso credível recebido por e-mail. Deve haver muitos casos como este, pois pelos vistos há cerca de 30.000 carros e milhares de «boys».

Ele é vogal de uma dessas entidades reguladoras portuguesas - insisto, não é ministro de país rico, é um vogal de entidade reguladora de país pobre - e foi de Lisboa ao Porto a uma reunião.

Foi de avião, o que nem me parece um exagero, embora seja pago pelos meus impostos.

Se ele tem uma função pública é bom que gaste o que é eficaz para a exercer bem: ir de avião é rápido e pode ser económico. Chegado ao Aeroporto de Sá Carneiro, o homem telefonou: "Onde está, sr. Martins?" O Martins é o motorista, saiu mais cedo de Lisboa para estar a horas em Pedras Rubras.

O vogal da entidade reguladora não suporta a auto-estrada A1.

O Martins foi levar o senhor doutor à reunião, esperou por ele, levou-o às compras porque a Baixa portuense é complicada, e foi depositá-lo de volta a Pedras Rubras.

O Martins e o nosso carro regressaram pela auto-estrada a Lisboa. O vogal fez contas pelo relógio e concluiu que o Martins não estaria a tempo na Portela.

Encolheu os ombros e regressou a casa de táxi, o que também detestava, mas há dias em que se tem de fazer sacrifícios.

Na sua crónica nesta edição do DN, o meu camarada Jorge Fiel diz que o Estado tem 28 793 automóveis.

Nunca perceberei por que razão os políticos não sabem apresentar medidas duras. Sócrates, ontem, ter-me-ia convencido se tivesse também anunciado que o Estado passou a ter 28 792 automóveis.

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Nação e imigração

Segundo a Wikipédia, o vocábulo Nação vem do latim natio, de natus (nascido), e significa a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e tendo os mesmos costumes, formando, assim, um povo, cujos elementos componentes trazem consigo as mesmas características étnicas e se mantêm unidos pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional.

Mas, a rigor, os elementos território, língua, religião, costumes e tradição, por si sós, não constituem o carácter da nação. São requisitos secundários, que se integram na sua formação. O elemento dominante, que se mostra condição subjectiva para a evidência de uma nação assenta no vínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver colectivo. É, assim, a consciência da sua nacionalidade, em virtude da qual se sentem constituindo um organismo ou um agrupamento, distinto de qualquer outro, com vida própria, interesses especiais e necessidades peculiares.

Por outro lado, segundo a mesma fonte, considera-se como imigração o movimento de entrada, com ânimo permanente ou temporário e com a intenção de trabalho e/ou residência, de pessoas ou populações, de um país para outro. Imigrante não é uma profissão. Não se deve confundir a figura do imigrante com a do turista, que ingressa em um país apenas com o intuito de visitá-lo e depois retornar ao seu país natal.

Grandes países, como os EUA, o Canadá, a Austrália, o Brasil, etc, devem o seu desenvolvimento aos imigrantes de diversas origens, alimentando por isso um respeito mútuo em que a generalidade dos emigrantes se foram integrando na Nação que encontraram e assimilaram os seus usos, costumes e idioma (com a dificuldade inerente ao seu nível cultural e preparação escolar. Para a boa inserção dos imigrantes torna-se indispensável o seu desejo de se ambientarem e se tornarem o mais semelhantes possível aos naturais e residentes mais antigos. É próprio da Natureza humana que os naturais não aceitem espontaneamente e sem receios os que são diferentes, o que torna aconselhável o esforço de ambientação dos que chegam.

As atitudes de ostentação da diferença e de vontade de impor as suas próprias tradições e costumes, não são definidoras de imigração, mas de domínio do tipo conquista, colonização, ou outra modalidade semelhante.

A França tem sido palco de rejeições e hostilidades entre naturais e imigrantes que nada favorece os interesses de uns e outros: os franceses precisam do trabalho dos imigrantes e estes precisam de ganhar a sua vida com o seu trabalho, mas há normas que não podem deixar de ser tidas em atenção.

Agora surgem também sinais de que a Alemanha está a sentir um problema parecido.. A chanceler alemã, Merkel diz que a sociedade multicultural falhou na Alemanha. O conceito de “multikulti” e a vivência harmoniosa “lado a lado” com pessoas oriundas de contextos culturais diferentes não está a funcionar no país, que possui uma vasta comunidade de quase quatro milhões de muçulmanos. Os imigrantes não levaram a peito a necessidade de aprender alemão de maneira a terem melhores oportunidades de escolaridade e no mercado de trabalho. Por um lado deve haver uma mais profunda integração dos imigrantes na forma de vivência alemã, por forma a não baixarem a «inteligência média» da sociedade nacional mas, ao mesmo tempo, os alemães terão que aceitar sem resistência que as mesquitas se tornaram parte da sua paisagem social e cultural.

A vida em sociedade, com civismo exige respeito mútuo e a intenção de evitar atritos e conflitos.

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Orçamento ou gestão competente?

Usando da «ética da cidadania» como foi referido aqui, é oportuno desabafar sobre um ponto que parece mais propaganda do que decisão bem estudada e preparada, a de extinguir e reestruturar 50 organismos do Estado. Para já ou se extingue ou se reestrutura um organismo. Claro que a extinção de um obriga a reestruturação de outros que com ele partilham repetições ou convergências de finalidades e procedimentos.

Mas Marques Mendes, num trabalho que merece apreço, referiu aqui e aqui muitos mais institutos, empresas públicas, fundações e outros sorvedouros de dinheiro público, sem outro objectivo do que o de alimentar «boys». Cada um deles exige um estudo sério e isento tendo apenas em vista os interesses nacionais, a lógica e a racionalidade do funcionamento da máquina do Estado que deve ser simples, fácil e económica. Sem tal estudo feito de maneira honesta, a medida anunciada vagamente, provavelmente, não passará de promessa para «enganar» pessoas menos atentas e mais crédulas.

É indispensável avaliar cada serviço, desde as razões da sua criação, aos seus objectivos, a sua integração e interacção com os outros convergentes com as suas finalidades e pensando no estilo que devia ser o do propagandeado «simplex». A simplicidade, com ausência de burocracia e de duplicações e sobreposições desresponsabilizantes, deve ser uma preocupação permanente. Só desta forma se pode contribuir para a redução de custos e para o melhor funcionamento da estrutura administrativa do Estado para bem dos portugueses (todos e não apenas os da oligarquia).

Não se trata de nada que Sócrates desconheça e já tenha aplicado quando da criação da ASAE, que veio substituir três organismos obsoletos que teoricamente faziam o mesmo, mas que na prática nada faziam por cada um argumentar que eram funções dos outros dois. Foi uma iniciativa muito positiva do Governo e só é pena que tal procedimento não tenha sido aplicado a toda a máquina emperrada do Estado. Pelo contrário foram criados, com a abundância dos cogumelos no Outono, institutos desnecessários que tiveram apenas a finalidade de dar asilo a «boys» que era necessário compensar por favores partidários ((ver aqui)).

Mas tais medidas devem ser bem preparadas e haver coragem para as realizar em função da finalidade desejada. Se realmente se pretende reduzir as despesas, haverá que ter pulso, coragem, em relação aos «boys» anichados nos serviços a extinguir e não a sua mudança de ‘asilo’ ou as «indemnizações» no estilo de notícias referidas a responsável da ERSE ou da PT ou da REN. Se isso não for ponderado, será anulada a boa intenção de reduzir as despesas e aperfeiçoar a máquina absorvedora de recursos e geradora de injustiças e emperramento da vida económica.

As realidades que foram infectando a máquina do Estado nas décadas recentes leva a ter dúvidas sobre o verdadeiro propósito de concretizar a promessa de «extinção e reestruturação», pois a cumplicidade e conivência traduzida em trocas de favores entre os governantes e os seus «boys», ‘obriga’ a cuidados para que não se zanguem e não contem as verdades em prejuízo dos responsáveis da oligarquia . Diz o ditado que «quando se zangam as comadres descobrem-se as verdades», e parece que estas muitas vezes são demasiado inconvenientes quando saltam para o público.

Por isso, nenhum partido com interesses em ser governo se arrisca a perder as eleições, por ter abandonado um ou mais dos seus «boys», cúmplices ou coniventes. Por esta razão e porque não se vê grande hipóteses de mudarem os políticos, há quem veja vantagem para o país na vinda do Fundo Monetário Internacional (FMI), porque, tendo mais isenção e independência, porque não precisa de conquistar votos e não arrisca perda de eleições, pode tomar a medidas duras de que o País precisa. Há economistas e gestores que consideram vantajosa a vinda de estrangeiros para sanar todos os vícios e manhas que se foram desenvolvendo nas décadas mais recentes. É lógico que políticos e outros parasitas do dinheiro público detestem a vinda do FMI, mas os portugueses que trabalham e produzem têm grande motivos para o desejarem a fim de verem o País limpo das pestes que o arrastaram para a desgraça.

É assunto para se meditar seriamente, com sentido de Estado e realismo, porque as promessas ouvidas agora e que contrariam outras relativamente recentes, não merecem credibilidade pelo facto de os actores a quem compete o seu desempenho já terem demonstrado incapacidade na matéria como se vê pelos resultados do afundamento em que estamos.

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Em quem acreditar ???

O estilo «cana de bambu», flexível mas resistente, evidenciado em palavras sem «palavra» está demasiado difundido pela ‘classe’ política ao ponto de haver défice de credibilidade e não sabermos se podemos acreditar em alguém.

Depois da notícia de que Marques Mendes denuncia empresas públicas que duplicaram remunerações, surge outra de que Governo desmente Marques Mendes, o que pode ser mais um desmentido por hábito de protocolo. Não parece fácil crer que Marques Mendes tenha caído em erro nessa matéria, depois de ter mostrado capacidade para investigação trabalhosa e cuidada como se vê em «Onde se cortam as despesas públicas???» e em «Dezenas de institutos públicos a extinguir», o que não tem merecido contestação e até parece ter sido aproveitado pelo Governo como se depreende da notícia «Organismos e institutos a extinguir são divulgados hoje».

Por outro lado, também concorrem para o défice de credibilidade os sinais de desentendimentos internos como é referido em «Seguro e Alegre em sintonia ?» e o conflito entre o deputado Victor Baptista e André Figueiredo que parece ter provocado a reunião urgente da Comissão de jurisdição do PS.

Enfim, em quem poderemos acreditar? Que esperança podemos ter de que os sacrifícios que nos são exigidos irão produzir efeitos positivos no futuro dos portugueses?

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Globalização. Prós e contras

Como tudo neste mundo, a globalização tem vantagens e inconvenientes que saltam á vista a cada momento. É pena que os governantes mundiais não tenham resistido às pressões dos poderosos agentes económicos e financeiros, por forma a darem prioridade ás condições de vida dos povos.

Aspectos positivos: 

Neste momento está bem visível o efeito altamente positivo da aldeia global na forma como, em poucos dias, se congregaram esforços, além de todos os organismos estatais, de empresas e entidades de muitos países para socorrer os 33 mineiros chilenos soterrados a 700 metros de profundidade na mina de S. José. Sem esse esforço colectivo e bem coordenado os mineiros teriam sucumbido, porque os recursos locais, a começar pelos da empresa mineira, estariam muito longe de serem suficientes.

Aspectos negativos:

A geoeconomia, avançou rápida e despudoradamente pelo mundo, ignorando fronteiras e regras, sem controlo e, além de ter causado a grave crise de que ainda não se levantou a cabeça, tem impedido uma reestruturação eficaz dos circuitos financeiros e, pelo contrário, tem feito surgir «soluções» que aparentam ser factores de maior perigo no futuro, Quem sofre, quem serve de mexilhão e de relva dos estádios de futebol são os países com maiores debilidades e as populações mais desprotegidas.

Já circulam notícias de compra das dívidas públicas dos países europeus em maior dificuldade pela China para resolver o seu próprio problema cambial. Daqui resultará um pormenorizado acompanhamento das contas públicas de tais países, um pressionamento mais ou menos discreto e a dependência progressiva e em espiral do novo «protector». Trata-se de uma forma de colonialismo pacífico, sem armas nem guerras, mas muito dominador e sem dar lugar a formas de luta e reivindicações com hipóteses de êxito.

A ONU deve, sem demora, encarar este grave problema que ameaça a humanidade nos próximos tempos, colocando em perigo as condições de vida dos nossos descendentes que dirão o pior das gerações dos seus pais e avós.

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Poeta fala por metáforas

Notícia datada de dia 13 cita Alegre, candidato a PR e Chefe Supremo das Forças Armadas a acusar “O Presidente [da República] tem feito deslocações, visitas aos seus bastiões eleitorais, inclusivamente em sítios onde, segundo me disseram, vão recrutar crianças às escolas com bandeirinhas, como em tempos que deviam estar no passado”.

Notícia do dia seguinte informa que «O director da campanha de Manuel Alegre, Duarte Cordeiro, desvalorizou hoje as acusações do candidato apoiado pelo PS e BE. Segundo Cordeiro, as declarações do escritor, proferidas após a inauguração da sede de campanha em Lisboa, foram “em sentido metafórico”: “O que o candidato queria dizer era que há iniciativas cénicas num momento difícil, obviamente, numa perspectiva de montar cenários”.

De um poeta aceitam-se fantasias, metáforas, imaginações oníricas e outros artifícios que valorizam e dão cor às suas obras literárias. Mas de um candidato a PR seria de esperar rigor e verdade e não constatar que o que diz são metáforas. Como saberemos quando fala com verdade e convicção? Como saberemos quando fala das realidades nacionais e não das suas fantasias poéticas e metafóricas? Como saberemos que na sua mente já está ultrapassada a fase da propaganda «metafórica» da Rádio Argel? Estas incertezas não beneficiam o valor do candidato, segundo a apreciação das pessoas que ultrapassam o âmbito da propaganda ilusória e vão até ao fundo da avaliação das capacidades para o cargo a que se propõe.

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Decisões devem ser bem preparadas

Um amigo de há mais de meio século que muito admiro e respeito não gosta de se expor em comentários nos blogs, como acontece com muitos outros, mas costuma enviar por e-mail comentários muito relevantes e profundos sobre temas de grande interesse nacional.

No último, a propósito de um tema que anda a circular por e-mail, diz:«Vê-se que a coisa não tem cor, vê-se que há muita gente sem decoro, vê-se que é – ou parece – um trabalho profundo de jornalismo num objectivo louvável, mas que contém muita mesquinhez e populismo jornalístico (…) Acho que se deve olhar para a questão com um olhar muito crítico e corrector, em que estou suficientemente à-vontade. Queres considerar um aspecto positivo no meio de tanta porcaria ? (…)»

Em resposta, disse-lhe que a troca de e-mails é um direito e, nalguns casos, dever dos cidadãos. Faz parte da democracia, da ética de cidadania. O cidadão não é obrigado ao rigor dos dados nem da sua apresentação. Quanto a rigor, os nossos legisladores e governantes, apesar de serem responsáveis, também não o conhecem em absoluto e, depois de decisões, têm de fazer sucessivas alterações e recuos. E hoje negam o que disseram ontem.

Vejo estes casos que podem repugnar os mais radicais na adoração do rigor, com tolerância interpretando-os como alertas, embora toscos, para que os responsáveis os esmiúcem e ponham de lado ou aproveitem, nas suas preparações da decisão, se é que preparam as decisões.

Aos responsáveis pela preparação das decisões é imperiosa a ponderação dos problemas, dos dados condicionantes, dos efeitos previsíveis, para não empurrarem os responsáveis finais para decisões desastrosas. Porém, não devem deixar de ter em atenção dicas que permitam ver aspectos que inicialmente poderiam ficar ignorados. Isso deve passar-se agora com o orçamento e com a prometida revisão constitucional

Esse amigo teve, como eu, um professor que, quando se tratava da preparação de decisões, ao chegar ao ponto 3. da metodologia referida em «Pensar entes de decidir» dizia «agora, durante cinco minutos a asneira é livre», a fim de na elaboração da lista das hipóteses de solução, nada ficasse por analisar por parecer menos lógico. Mas depois, nos pontos seguintes, tais hipóteses são analisadas com pormenor, comparadas, quanto a custos, a resultados previsíveis e efeitos subsequentes, a fim de ser escolhida a melhor que depois é  esmiuçada por forma a elaborar o planeamento, a programação para a cabal concretização.

Com isto quer dizer-se que convém deixar que «a asneira seja livre», deixar que as pessoas se habituem a criticar tudo o que lêem e ouvem, para não se deixarem enganar por artimanhas de propagandas falaciosas. Esta maneira de ver a ética da cidadania repercute-se no voto para que não caia, cegamente, no candidato bafejado pelas sondagens, pela boa aparência, pelas palavras que, pelo tom são mais convincentes mesmo que não sejam compreendidas, mas sim que ele traduza o resultado de um raciocínio livre de cada cidadão, com base na informação de que disponha e num raciocínio orientado para os interesses nacionais. E assim, só deve acreditar-se naquilo que se compreenda e seja aprovado pelo crivo do próprio raciocínio.

Políticos parecem estar a adquirir bom senso !!!

Segundo a notícia PCP quer reduzir pessoal nos gabinetes do Governo, é preciso combater o desperdício dos dinheiros públicos, para o que tem que haver redução para metade do número de pessoal dos gabinetes dos membros do Governo e de todos os altos cargos do Estado com gabinetes equiparados ao de ministro. 

Também o CDS-PP tinha já defendido que os cortes nas gorduras do Estado também passam pela redução para um máximo de cinco membros dos Conselhos de Administração de Empresas Públicas.

É sinal de que o bom senso está a penetrar no crânio hermético dos pol+íticos e estão a ter coragem de apontar pistas para soluções racionais.

Para este blog tais ideias não são originais e pecam por serem tardias, pois já aqui, por diversas vezes, publicámos posts estimulando análises no sentido que parece que os políticos estão agora a defender. Oxalá encarem as soluções os problemas do País com sentido de Estado e de responsabilidade, imbuídos de sólida ética de cidadania.

Eis alguns dos posts sobre este tema:

Onde se cortam as despesas públicas???
Em Portugal não é assim !!! Somos um País «rico» !!!
Dezenas de institutos públicos a extinguir
- A crise exige líderes válidos
Para salvar Portugal

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Portugal no Conselho de Segurança

Os portugueses estamos de parabéns por Portugal ter sido eleito para o Conselho de Segurança da ONU, o que representa um êxito da diplomacia, uma honra, uma oportunidade e uma responsabilidade de contribuir para o futuro da humanidade.
Esperemos que no principal areópago mundial os nossos compatriotas actuem de forma mais sensata do que têm feito dentro de portas.
Se for bem aproveitada, pode ser a oportunidade de restaurar o prestígio do canto mais ocidental do Velho Continente.

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Crise política não deve meter medo

O relacionamento ponderado e crítico de notícias e outros escritos vindos a público ajudam a ver as realidades de forma mais interessante. Por um lado o «PSD prepara chumbo» ao Orçamento» o que segundo o PS pode trazer uma crise política.

E qual é o mal da crise política? Na realidade temos vivido os últimos anos com um Governo que é uma crise permanente. Pior não pode ser, a não ser para os políticos vampiros, para os ambiciosos por poder e riqueza à custa do orçamento. Estes, no entanto, dispõem de tanto poder sobre o Governo que o pressionaram a «recuar e permitir a acumulação de pensões com salário aos actuais funcionários». Ou será que o recuo terá ocorrido por não ter sido seguida a metodologia «Penar antes de decidir» e ter a decisão ter provindo de um capricho ou uma inspiração onírica do mais poderoso?

Efectivamente, a provar que a crise política vem de trás há a notícia de que «Carrilho diz que não há debate no PS desde que Sócrates é líder». E o debate, sem dúvida, faz falta interna e externamente ao Partido. Como pode o Governo exigir o voto do PSD ou de outro partido que não concorda com o Orçamento? Um voto responsável exige que se esteja de acordo e, para isso, tem que previamente haver debate e negociação por forma a que o documento a votar mereça a concordância dos votantes. Só assim poderá haver voto consciente e responsável.

Por outro lado a crise em que estes últimos governos nos colocaram tem sido evidenciada por notáveis do PS como, entre outros testemunhos, ficou também evidente em «Seguro e Alegre em sintonia ?» e em «António José Seguro. Um Homem no PS».

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Dezenas de institutos públicos a extinguir

Com a actual motivação para a redução de despesas públicas, é imperioso que os responsáveis se concentrem a analisar as sugestões apresentadas no seguinte artigo que evidencia sobreposição de institutos para uma mesma tarefa, obesidade patológica de institutos, institutos inúteis criados para empregar boys, etc.

Marques Mendes apresenta lista com dezenas de institutos públicos que podem ser extintos 
 Público. 07.10.2010 - 23:58 Por Luciano Alvarez

Marques Mendes, ex-presidente do PSD, apresentou hoje uma longa lista de institutos, fundações, serviços do Estado que na sua opinião podem ser extintos ou alvo de fusões.

No seu comentário semanal na Edição das 22h na TVI24, Mendes explicou que era uma “lista exemplificativa” e “não taxativa”, por entender que se “pode ir ainda mais longe”, que tem como objectivo contribuir “para uma discussão concreta e não apenas teórica e centrada em generalidades”.

“Extinguir organismos - inúteis ou com competências duplicadas e sobrepostas - representa uma mudança estrutural no Estado e não apenas conjuntural, como, por exemplo, o corte de salários”, afirmou o social-democrata no espaço de informação conduzido pelo jornalista Paulo Magalhães.

São várias dezenas de exemplos que Marques Mendes explica porque extinguia ou fundia, fundamentando as razões e dizendo até o que se poderia poupar.

Um dos casos apontados é a extinção dos 18 governos civis. E Mendes explica porque: “Hoje, os governos civis, não fazem qualquer sentido; estão desprovidos de competências; as suas pequenas competências (de carácter administrativo e de concessão de licenças de exploração de estabelecimentos) podem passar para as Câmaras Municipais (com vantagem de proximidade para os cidadãos); a sua extinção permite poupar significativamente (porque têm grandes estruturas de pessoal); servem de “Sacos Azuis” de vários Governos; O PSD em 2002 prometeu a sua extinção mas também falhou (não cumpriu) por falta de vontade política.”

Para Marques Mendes a extinção ou fusão de organismos financiados pelo Estado permitiria “menos burocracia, menos clientelismo e menos estruturas e dirigentes”. “São menos administradores, menos departamentos administrativos, financeiros, de contabilidade, de aprovisionamento e de pessoal”, acrescentou. O ex-presidente do PSD diz saber que “haverá muitas resistências”, porque “todos, no seu caso particular, encontrarão explicações para o seu serviço não ser extinto”. “É preciso haver forte vontade política”, conclui.

A lista de Marques Mendes

Ministério das Obras Públicas - 4

1. INIR (Instituto Nacional de Infraestruturas Rodoviárias)

a) Funções de Regulação (Parcerias Público-Privadas) e de Fiscalização da Rede Rodioviária Nacional;
b) São competências que já estão hoje na EP Estradas de Portugal e no IMTT (antiga Direcção Geral de Viação).

CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTO.

2. GISAF (Gabinete Investigação e Segurança de Acidentes Ferroviários.

a) Funções de Investigação quando há acidentes ferroviários;
b) Funções que também estão na CP e na REFER (quando há um acidente ferroviário é a CP ou a Refer que trata do assunto).
c) Parece um instituto criado para colocar 1 socialista desempregado da gestão das EP dos Transportes (João Crisóstomo).

CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTO.

3. NAER (Instituto para estudar e Conceber o Novo Aeroporto de Lisboa)

a) As suas funções podem perfeitamente passar para a ANA, EP (Empresa de Aeroportos e Navegação Aérea)
b) É uma racionalização óbvia e necessária.

CONCLUSÃO: ESTE SERVIÇO PODE SER EXTINTO.

4. Fundação das comunicações móveis (uma das centenas que existem – pendurada no Estado)

a) Tratou do Computador Magalhães;
b) Estado nomeia os seus gestores (clientelas);
c) AR já propôs a sua extinção em relatório aprovado;
d) Governo fez vista grossa. O Governo gosta mais de reduzir salários que extinguir serviços.

CONCLUSÃO: PODE SER EXTINTA

Ministério da Agricultura - 3

1. No âmbito do PRODER (QREN da Agricultura) há 2 serviços:

a) Gabinete do Planeamento (Concebe Projectos e Gere o Programa); e o
b) IFAP (antigo IFADAP) – Paga e fiscaliza os apoios concedidos.

CONCLUSÃO: O Gabinete de Planeamento PODE SER EXTINTO e as suas competências passarem para o IFAP.É mais coerente, evitam-se sobreposições de competências e poupa-se dinheiro público.

2. Fundação Alter Real

a) Competências sem relevância para serem autonomizadas numa Fundação Pública;
b) Tem 5 Administradores – Presidente é o Presidente da companhia das Lezírias.
CONCLUSÃO: A Fundação pode ser extinta e as suas competências integradas na Companhia das Lezírias (hoje até já o Presidente é o mesmo).

3. No âmbito da Barragem do Alqueva há 2 Entidades:

a) a EDIA (190/200 Funcionários) que tratou da construção da Barragem do Alqueva; e a
b) GESTALQUEVA (trata do Fomento do Turismo na Zona do Grande Lago)
c) Não há razão nenhuma para esta duplicação de organismos:

Primeiro: EXTINGUIR A GESTALQUEVA, colocar as competências na EDIA ou concessionar a privados (fomento do turismo);
Segundo: EMAGRECER A EDIA (já acabou a construção da barragem).

Ministério do Trabalho e da Segurança Social – 9

1. Há neste Ministério 7 organismos consultivos (uma loucura):

• O Conselho Nacional da Formação Profissional
• Conselho Nacional da Higiene e Segurança no Trabalho
• O Conselho Nacional de Segurança Social
• O Conselho Nacional do Rendimento Social de Inserção
• O Conselho Nacional para a Reabilitação
• O Conselho Consultivo das Famílias
• A Comissão de Protecção de Políticas da Família

Minha Proposta:
• Extinguir todos (para estas tarefas existem Direcções – Gerais com as mesmas áreas de competência).
2. Ao nível de outros serviços – estes de natureza executiva - podem ser feitas várias outras extinções.

Assim:

a) O Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério da Segurança Social pode integrar as competências do Instituto de Informática e do Instituto de gestão do FS Europeu (competências afins e sobrepostas). MENOS 2 ORGANISMOS.
b) Dois institutos – o Instituto da Segurança Social e o Instituto Nacional para a Reabilitação podem ser extintos e as suas competências (hoje afins e sobrepostas) serem integradas na Direcção Geral da Segurança Social. MENOS DOIS ORGANISMOS

Mistério da Saúde – 3

1.Alto Comissário para a Saúde (Orçamento de 30 Milhões de Euros)

a) Criado por Correia de Campos no Governo Guterres;
b) Veio o Governo do Durão Barroso e extinguiu-o:
c) Voltou Correia de Campos no Governo Sócrates e voltou a criar;
d) O Alto Comissário – veja-se bem – tem estatuto de membro do Governo (Sub-Secretário de Estado)
e) CONCLUSÃO: Pode ser extinto e as suas competências passarem para a Direcção Geral de Saúde (actualmente são competências sobrepostas).
f) Se a moda pega passamos a ter o Alto Comissário da Justiça, da Segurança Social, da Economia, da Comunicação Social, etc. etc.
g) Haja Bom Senso. Temos de POUPAR, extinguindo este organismo inútil.

2. Conselho Nacional de Saúde – Mais 1 Conselho Consultivo

a) Orgão Consultivo do Ministério da Saúde
b) Não faz sentido. A D G Saúde faz na perfeição esse papel. É a sua competência legal.
c) Mais um serviço que pode ser EXTINTO

3. Instituto da Droga e da Toxicodependência

a) Ao nível Central tem 5 Coordenadores – Equiparados a Directores Gerais.
b) Ao nível Regional tem 5 Directores Regionais
c) Tem cerca de 2 mil funcionários (1/3 nos Serviços Centrais) – Uma Loucura
d) As suas funções são no domínio da Saúde Pública
e) Pode perfeitamente SER EXTINTO, as suas competências locais integradas nos Centros de Saúde e as suas competências centrais na DG Saúde (é área de saúde pública)
f) Área de Estudos (quando for o caso encomendar às Universidades e Centros de Investigação)

Ministério do Ambiente – 3

1. Na área do ambiente há 3 institutos importantes:

a) Agência Portuguesa do Ambiente;
b) ICN – Instituto Conservação da Natureza;
c) INAG – Instituto Nacional da Água

• Têm todos competências muito semelhantes e, nalguns casos, sobrepostas.
• Seria possível e desejável fundir tudo num único organismo – a Agência Portuguesa do Ambiente.
• É o exemplo Inglês (apontado normalmente como referência)
• Poupa-se imenso:Passamos a ter 1 único Instituto em vez de 3
Passamos a ter 1 único Administração em vez de 3
Passamos a ter 1 única estrutura administrativa, de contabilidade e financeira, em vez de 3
Passamos a ter 1 único orçamento em vez de 3
Passamos a ter menos pessoal e menos encargos

2. Ao nível regional temos a seguinte estrutura sobreposta:

a) As Comissões de Coordenação Regional têm competências na área do ambiente;
b) As ARH – Administração Recursos Hídricos, mesmo assim, existem como estruturas autónomas (5 ARH/ 5 Concelhos de Administração/5 Orçamentos/ 5 Estruturas Administrativas). Os organismos mais BUROCRÁTICOS que existem em Portugal.
c) Podem extinguir-se as ARH e integrar as suas competências nas CCDR

GANHO DE POUPANÇA. GANHO DE DESBUROCRATIZAÇÃO

Ministério da Administração Interna - 18

1. Extinção de 18 Governos Civis

a) Hoje, os Governos Civis, não fazem qualquer sentido;
b) Estão desprovidos de competências;
c) As suas pequenas competências (de carácter administrativo e de concessão de licenças de exploração de estabelecimentos) podem passar para as Câmaras Municipais (com vantagem de proximidade para os cidadãos);
d) A sua extinção permite poupar significativamente (porque têm grandes estruturas de pessoal)
e) Servem de “Sacos Azuis” de vários Governos
f) PSD em 2002 prometeu a sua extinção mas também falhou (não cumpriu) por falta de vontade política.

Ministério da Educação – 2

1. Três Institutos com Competências Duplicadas/Sobrepostas:

a) GAVE – Gabinete de Avaliação Educacional
b) GEP – Gabinete de Estudos e Planeamento
c) MISI – Gabinete Coordenador do Sistema Informático do ME (recolha de Informação)
CONCLUSÃO: Destes 3 serviços, 2 PODEM SER EXTINTOS e concentrar competências num único.

Vantagens:

• São Menos Administradores
• Menos Assessores
• Menos Pessoal
• Menos Despesa
• Menos burocracia

2. Direcções Regionais de Educação – Emagrecer

• Em termos de dimensão estão a atingir proporções gigantescas.
• Quadros de pessoal aumentaram significativamente nos últimos anos.

Assembleia da República – 2

1. Comissão Nacional de Eleições:

a) Estrutura permanente encarregue de fiscalizar os actos eleitorais;
b) A seguir ao 25 de Abril podia justificar-se;
c) Agora não faz sentido ser uma Comissão Permanente;
d) ABSURDO – Funciona em Permanência (365 dias por ano) mas só tem competências quando há eleições (nos 30 dias antes das eleições);
e) Pode ser extinta e as suas competências integradas no STAPE (Secretariado Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, no MAI); ou quando muito, Ser uma Comissão Eventual (a funcionar só nos períodos eleitorais).

2. CADA – Comissão Nacional de Acesso aos Documentos Administrativos

• Não faz sentido
• Pode ser extinta

ARTIGO RELACIONADO
• PSD questiona gastos da ANACOM e das Lojas do Cidadão

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Seguro e Alegre em sintonia ?

Parece desenhar-se um plano para o futuro próximo do PS.
Vejamos os títulos:




Entretanto o habitualmente palavroso e balofo Francisco Assis, mostra-se prudente e evita colocar em risco a sua posição dentro do partido:


Aguardemos os próximos capítulos da telenovela. Oxalá seja para melhor do País que está exausto e intoxicado com tanta banha de cobra.

Homenagem a Hugo dos Santos- Poesia de Viçoso

Poema de Viçoso Caetano

Hugo tem H de Honrado,
De Homem, Honesto, Humano.
Dos Santos – Sacrificado,
Sensível, Simples, Soldado
- de porte palaciano,
quando uniformizado –
Em amizade o decano,
Por sempre a ter cultivado,
Cada dia, cada ano. 

Austero, Disciplinado,
Respeitador, Educado,
De carácter persistente,
Exigente, responsável,
Mas humilde e sempre amável,
Nascido p´ra ser alguém.

Breve, afronta o destino,
Tão cedo lhe rouba o Pai,
Quão cedo lhe rouba a Mãe.
Sofre, mas não perde o tino.

Depois segue o seu caminho,
Determinado e com fé.
Vence espinho após espinho,
Até chegar ao que é:
Senhor Tenente General,
Militar de corpo inteiro,
Infante de Portugal !

Os teus Amigos de infância,
Sempre em total consonância,
Deixam-te aqui um abraço,
Sou eu o seu porta voz.
E com que orgulho o faço !!...

Viçoso Caetano, O Poeta de Fornos de Algodres,Julho de 2010

NOTA: Como ficou escrito no post «À Memória do General Hugo Santos», ;«o Amigo Hugo Manuel Rodrigues dos Santos (17-07-1933 - 05-10-2010) deixou-nos há poucas horas mergulhados na dor de quem perde uma AMIGO, como há poucos, um HOMEM íntegro, honesto, leal, generoso, que orientava cada passo por uma inteligência esclarecida e orientada para o bem do seu semelhante, sem ambições, preconceitos nem exclusões. Até ao fim, procurou sempre ser discreto e sem ostentação, com uma conduta que concitava a admiração e o respeito de quantos com ele contactavam, que viam nele um HOMEM na verdadeira acepção da palavra».

À D. Maria Júlia e a todos os familiares e amigos apresento as mais sentidas condolências e ofereço o meu ombro amigo.

A. João Soares

António José Seguro. Um Homem no PS

Segundo a notícia do JN, o deputado socialista António José Seguro, o tal que foi o único deputado da AR a não votar a escandalosa lei de financiamento dos partidos, tomou agora mais uma atitude excepcional que mostra haver no PS um HOMEM que pensa honestamente com a própria cabeça e não se deixa comboiar como ovelha abúlica de um rebanho cegamente obediente.

Afirmou, ontem, à Lusa: "Acho inaceitável que quando se pedem sacrifícios aos portugueses não sejam todos os portugueses, em particular aqueles que mais têm, a dar esse exemplo e a fazerem esses sacrifícios".

Os portugueses "estão fartos de fazer sacrifícios sem ver resultados e é preciso que os sacrifícios estejam ligados aos resultados".

O combate à crise é na sua opinião uma tarefa geral "mas em primeiro lugar de todos aqueles que têm responsabilidades na direcção no país, nas regiões e nas autarquias".

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Negligência nacional

Numa época em que tanto se fala na procura da excelência, na conveniência de fazer bem tudo aquilo que se faz, é desgastante assistir-se a tantos erros provenientes do desleixo, da incúria, do desprezo pela perfeição e pelo rigor.

Passa-se a nível governamental, com medidas avulsas, incoerentes, sem estratégia, mas o que não é menos grave, é que se passa também na generalidade da vida da população. As últimas notícias confirmam o que ficou escrito nos posts «Segurança votada ao desprezo» e «Incompetência e descontrolo».

Foi a infiltração da chuva no hospital Amadora-Sintra, de construção recente, que impediu o funcionamento do Serviço de Urgências e obrigou à transferência de doentes para outros hospitais. E agora é a notícia de que «Portão cai e fere criança em escola inaugurada há apenas quatro meses».

Mas, infelizmente, há muito mais dói que isto, pois os acidentes rodoviários não param de destruir vidas e, até, sofrem forte acréscimo quando caem as primeiras chuvas de Outono. A culpa não é da chuva, mas dos condutores que ignoram que a condução deve ser adaptada ao estado do piso e à visibilidade e é sabido que a chuva reduz a aderência do carro ao piso e diminui a visibilidade da estrada.

Como melhorar os comportamentos das pessoas? Certamente através das escolas, o que terá resultados lentos e demorados. Com resultado a curto prazo, só pode conseguir-se um comportamento mais adequado, através de penalização eficiente dos culpados, directa ou indirectamente por acidentes ou incidentes que possam causar danos pessoais ou materiais a terceiros. Estas acções disciplinadoras devem dirigir-se aos construtores, aos operários, aos responsáveis pela manutenção, aos inspectores das actividades económicas dos diversos sectores.

Os efeitos do desmazelo e da incompetência não se limitam a custos contabilísticos, mas incidem de forma grave na vida das pessoas, no seu stress, na sensação de insegurança, receio, falta de confiança e de segurança.

Para restabelecer cuidados racionais e socialmente correctos, os responsáveis, a justiça, os serviços de inspecção , não podem manter-se inactivos na luta contra pequenos defeitos que estão a criar mau ambiente pelo efeito de massa.

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Para salvar Portugal

Recebido por e-mail

Todos os nossos governantes falam em cortes das despesas, mas não dizem quais, mas não deixam de aumentar os impostos, a pagar pelos cidadãos.

Não ouvi nenhum governante falar em:

. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizá-los como no estrangeiro.
. Reforma das mordomias na Assembleia da República como, almoços com digestivos a € 1,50.
. Acabar com os milhares de Institutos que não servem para nada e tem funcionários e administradores com 2º ou 3º emprego.
. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores de milhares de euros mês e que não servem para nada.
. Redução drástica das Câmaras Municipais, Assembleias, etc.
. Redução drástica das Juntas de Freguesia.
. Acabar com o pagamento de € 200 por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e € 75 nas Juntas de Freguesia.
. Acabar com o Financiamento aos Partidos.
. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc que se deslocam em uso particular pelo País. No estrangeiro isto não acontece.
. Reduzir o número de assessores ao mínimo indispensável e admitidos por concurso público em vez de amiguismo, compadrio e cumplicidades.
. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia.
. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros.
. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado.
. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e, respectivas estadias em Lisboa em hotéis cinco estrelas.
. Controlar o pessoal da Função Pública que nunca está no local de trabalho e que faz trabalhos nesse tempo, para o Estado.
. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos.
. Acabar com as várias reformas por pessoa, do pessoal do Estado.
. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.

Com estas medidas de elevada moralidade, recuperaremos depressa a nossa posição no meio dos países nossos parceiros.
No caso contrário, o povo ficará cansado e poderá vir a desencadear
acções pouco pacíficas de que as maiores vítimas poderão ser os políticos mais conhecidos pela diária aparição no pequeno ecrã.

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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Incompetência e descontrolo

A maior parte dos acidentes e incidentes não ocorrem por mero acaso, mas são o ponto visível de um percurso mais ou menos extenso de incompetência, desleixo, incúria, desmazelo, etc.

A notícia «Infiltrações de água no Hospital Amadora/Sintra impedem recepção de doentes urgentes» é preocupante não pelo caso em si, já demasiado grave, mas pelo que indicia estar a ocorrer nas obras públicas do País.

O hospital Fernando Fonseca foi construído há cerca de 15 anos e, por erro de projecto ou de construção ou por falta de manutenção adequada sofreu agora este percalço. A poucos quilómetros de distância está o Mosteiro dos Jerónimos que, com cinco séculos, ainda funciona.

O que se passa com os nossos engenheiros, arquitectos, construtores, «donos da obra», inspectores das obras públicas, etc ??? Quem fechou os olhos à forma «económica» de realizar os trabalhos? Quem recebeu os «robalos» oferecidos pelas empresas construtoras, para deixar passar?

Porque não procurar desenvolver o culto da excelência em tudo o que se relaciona com o emprego dos dinheiros públicos?

Será interessante visitar o post «Segurança votada ao desprezo»

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Falta de credibilidade gera falta de esperança

Os avanços e recuos, as hesitações, o deixar andar, as medidas avulsas desinseridas de uma orientação estratégica, as inverdades arrogantes para criar ilusões, retiram credibilidade a entidades que deviam estar acima de qualquer suspeita e merecer a confiança e o respeito dos cidadãos.

Há dias na AR, apesar do pano de fundo dever ser a crise que asfixia a maior parte dos portugueses, assistiu-se a troca de «galhardetes» entre líderes políticos, sem conteúdo e com tom e linguagem que têm que ser muito burilados para atingirem o nível das discussões entre vendedeiras de peixe na praça do Bulhão. Ou se esqueceram de que a televisão estava a transmitir em directo ou então têm mesmo falta de chá.

Quanto a este tema, o recente artigo no JN de Honório Novo começa com o seguinte: «Na entrevista à RTP, Sócrates garantiu que em 2011 não serão precisas mais medidas de austeridade; preparemo-nos pois, que o mais certo é vir a caminho o PEC IV! De facto, a confiança na palavra de Sócrates atingiu níveis tão baixos que o melhor é pensar no contrário do que o homem disser.»

Também Nuno Saraiva disse no seu artigo do DN: « A minha avó Luísa, com a sabedoria popular de quem anda por cá há mais de 90 anos, dizia esta semana, a propósito das medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro: "Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo."»

E o ex-Presidente Jorge Sampaio disse: «“Há desenvolvimentos extremamente positivos. Mas temo que cresça o fosso entre os decisores e os cidadãos em geral. Isso é muito mau para a coesão social que o país tem de ter, a única maneira de poder avançar por entre as vicissitudes da globalização. E, por outro lado, uma vida política e democrática ainda muito pouco participada...Estamos a cair num desinteresse e numa modorra que é relativamente difícil. E sobretudo temos de combater a falta de esperança”,

Estas opiniões vêm ao encontro daquilo que ficou escrito no post «Esperança»

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Quem «zela» pelos portugueses desprotegidos?

Os interesses de todos os portugueses devem ser defendidos pelos políticos eleitos democraticamente. Isto devia aplicar-se, com mais acuidade aos cidadãos mais desfavorecidos que carecem de poder de influência que lhes permita chamar a tenção para o seu estado de dificuldades. Mas os políticos, dada a forma da elaboração das listas em que se candidataram e dos motivos que os levaram a interessar-se pelo poder, não conhecem os problemas dos mais pobres e não encontram motivação para darem alguma prioridade à observação de tal situação. Na sua opinião, isso seria um investimento de tempo sem rentabilidade.

E desta forma, todas as decisões e todas as medidas ignoram a enorme fracção da população que é sempre desprezada e explorada em favor de uma minoria que absorve os recursos mais atraentes do País, e assim aumenta o fosso entre os mais ricos e os mais pobres, apesar de serem estes os mais numerosos.

Curiosamente, o líder do PSD mostrou prudência de, na véspera de audição com o PR sobre o OE para 2011, ouvir várias opiniões a fim de perceber qual a melhor solução para o Orçamento. Mas, como é característico da lógica dos nossos políticos, optou por ouvir os pareceres de notáveis economistas, ex-ministros e gestores com opiniões de teóricos, bem instalados na vida, totalmente afastados das pessoas mais sacrificadas e exploradas do país: classe média baixa, pobres, pedintes, famintos. Daí que qualquer solução que venha a ter vencimento irá beneficiar os mais bafejados pela fortuna material, da económica e financeira e reduzir a capacidade de sobrevivência aos «existencialistas»(os que, apesar de tudo, teimam em querer continuar a existir). Continuará assim a engordar-se o «Monstro», como lhe chamava Miguel Cadilhe.

Sobre este aspecto dis Manuel António Pina que «só num país de despudorados costumes é que ministros responsáveis, ao longo de décadas, pela engorda do Monstro, em vez de serem levados a tribunal como os seus colegas islandeses, aparecem a dar conselhos sobre a redução do défice a um boquiaberto líder da Oposição». E acrescenta que, citando «Pound, as opiniões são como os cheques: a sua validade depende da cobertura que tiverem. A crer na cobertura que dão às suas opiniões financeiras as passagens pelas Finanças de, por exemplo, Medina Carreira, Salgueiro ou Catroga, Passos Coelho ficou com muitos cheques carecas em mãos».

Querendo ouvir opiniões para obter uma visão mais completa do problema dos portugueses, admira que não tenha convocado Carvalho da Silva e João Proença, que são pessoas inteligentes, bem informadas, com uma experiência adquirida ao longo de décadas de funções em contacto com os problemas mais significativos da maioria dos portugueses e que poderiam fornecer elementos informativos muito esclarecedores e úteis para um político que queira conhecer as realidades das pessoas que mais necessitam de atenção e tomar as decisões mais sensatas e adequadas a uma boa justiça social.

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A gente foge para onde ?!

Transcrição de artigo datado de há quase 5 (cinco) meses, mas que mantém hoje especial actualidade, recebido por e-mail de um amigo.

Por Joaquim Letria

SÓCRATES PARECE aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.

De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedirem-se, agradecidos, do Constâncio, e já deram a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.

Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.

Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.

Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?!

Publicado pelo autor no blog Sorumbático e no Jornal «24 horas» de 4 Mai 10

NOTA: Se o jornalista, há quase cinco meses, já traçava este retrato da situação, como se compreende que o Governo com dezenas de «inteligentes» e dedicados assessores, não tenha percebido o buraco em que nos estava a enterrar? E o próprio Presidente da República, com a sua categoria de catedrático de Economia e Finanças, não fez nenhuma «Comunicação ao País», a alertar para o mau rumo que estava a ser seguido e indicar duas ou três pistas para evitar o pior. É preciso compreender que, se indicasse uma pista, podia ter sido acusado de interferência no Governo mas, indicando mais do que uma deixando ao Governo escolher a melhor, estaria a desempenhar uma acção didáctica e de consultoria benéfica para os Portugueses.

Publicado pelo autor no blog Sorumbático e no Jornal «24 horas» de 4 Mai 10

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Sinais de agravamento da dívida

A crise gerada por incompetência dos responsáveis pela «gestão» do País, está para durar e o seu agravamento fica patente com o facto de os «Certificados do Tesouro a subscrever em Outubro vão pagar juros de 6,1 por cento», o nível mais elevado desde que o instrumento foi criado.

E é convicção generalizada nos cidadãos que os «Governos gastam mal mais de metade do dinheiro dos impostos», o que se baseia no facto de ficar muito caro aos portugueses sustentar uma obesa máquina do Estado pejada de inúmeros assessores e consultores inúteis, que em vez de evitarem e solucionarem a crise, a criaram e mantêm em crescente agravamento, com a dívida a aumentar e a ficar mais cara.

Os institutos, as empresas públicas e autárquicas e as fundações que nasceram e cresceram como cogumelos em tempo de Outono, para darem guarida a uma quantidade injustificável de «boys» pagos a preço de ouro, com prémios, carros de alto preço, cartões de crédito sem controlo e impunidade, apesar das dívidas que criam e que o Estado (nossos impostos) tem que suportar, continuam a ser um sugadouro insaciável de recursos financeiros. Apesar da crise, tem sido permitido, descontroladamente, que as «Empresas do Estado violam limites do PEC» não racionalizem a quantidade de quadros «superiores», os seus gastos, o funcionamento da estrutura com vista aos objectivos sociais e à simplicidade e economia, e as benesses dos gestores de topo.

E tudo isto acontece num país onde a Justiça passa ao lado dos políticos e seus cúmplices, coniventes e conluiados, ao contrário de Estados mais eticamente organizados em que a Justiça é igual para todos como, por exemplo, a Islândia onde o «Parlamento islandês processa primeiro-ministro que governava quando país faliu».

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Os pobres pagam a crise

As imagens mostram situações reais e, infelizmente, muito frequentes, mas os decisores políticos não fazem uma mínima ideia das condições de vida de uma grande parte da população, por efeito de uma crise causada por incompetência dos responsáveis pelos países.

Os eleitos não pensam nas pessoas, mas apenas em números estatísticos, e não se preocupam em reduzir o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Os conselheiros dos governantes padecem se igual patologia. Para mal da humanidade, isso passa-se a nível ONU, FMI, OCDE, UE, etc. O Conselho de Segurança da ONU é constituído por países ricos ou que se comportam como tal, o mesmo acontecendo com os grupos dos 20 e dos 8.

No Mundo não há representação dos 20 ou dos 8 países mais pobres, menos desenvolvidos. E, assim, a solução é sempre: os pobres que paguem a crise para que os ricos continuem a ser mais ricos.

Os detentores do Poder, geralmente «novos ricos» deslumbrados que pretendem entrar no top da fortuna mundial, alinham pelo princípio defendido pelos grandes empresários. Agora, a solução preconizada pela OCDE vem ao encontro daquilo que há pouco tempo foi defendido porAlexandre Soares dos Santos: defesa do aumento do IVA e redução do IRS e do IRC. Isto significa que se faz aumentar as receitas fiscais nos mais pobres, naqueles que, só fazendo despesas para sobreviver, terão de pagar mais caro o pão outros alimentos básicos indispensáveis.

O líder do PSD tomou a decisão de ouvir os pareceres de notáveis economistas e gestores a fim de perceber melhor a resolução para o Orçamento para 2011. Mas caiu, como é característico da lógica dos nossos políticos em ir buscar as opiniões de teóricos, bem instalados na vida, totalmente afastados das pessoas mais sacrificadas e exploradas do país: classe média baixa, pobres, pedintes, famintos, em que se integram aqueles que as imagens focam

Que esperar? Talvez um dia, todos esses desprotegidos e espoliados assumam o seu poder democrático, através do voto ou por outra forma, como recentemente aconteceu emMoçambique e façam valer a força do número de cabeças. Em Moçambique viram satisfeito o motivo da manifestação. Em Portugal a PSP, com uma simples ameaça de greve em data crítica, viram os seus problemas atendidos.

Vale mais prevenir do que remediar e, neste caso, prevenir significa dar prioridade às pessoas e às suas condições de vida.

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