domingo, 19 de dezembro de 2010

Fragilidades dos políticos

Várias pessoas que vemos, lemos ou ouvimos pela Comunicação Social, dizem que é necessário prestigiar a política. Entre os que assim opinam contam-se, p0r exemplo, o ex-PR Sampaio e o actual PR Cavaco Silva.

Realmente é imperioso que se recupere tal prestígio porque ele anda muito por baixo. Em tempos mais ou menos calmos em que governar é quase como conduzir em auto-estrada plana sem curvas e sem trânsito, os responsáveis brilham com palavras devidamente preparadas pelo marketing, com muito optimismo e fantasia, do que resulta uma imagem brilhante para os olhos da maioria do nosso povo. Mas logo que surge uma dificuldade, mesmo que ligeira, as atitudes desajustadas e pouco sensatas mostram as reais fragilidades de tais personalidades. Estala o verniz e fica à vista a madeira carcomida. 

Do Governo estão na memória de todos as palavras pouco urbanas do PM a procurar achincalhar os deputados da oposição, as suas reacções perante os diversos «casos» em que foi apontado como suspeito, as suas contradições com o ministro das Finanças, das Obras Públicas e outros. De Belém, houve as ‘solenes’ comunicações ao País sobre o estatuto dos Açores, sobre as escutas dos telefones de Belém, sobre os casamentos de pessoas do mesmo sexo e as palavras sensatas mas triviais acerca da situação insustentável do País .

E neste momento, as debilidades dos eleitos mais salientes na estrutura do Estado evidenciaram-se na sequência de o Governo Regional dos Açores ter decidido subsidiar os funcionários públicos compensando-os dos cortes decretados pelo Governo Nacional para todos os funcionários públicos do País. O PR e o PM disseram que a «decisão regional poderá ser inconstitucional». Ao ouvir-se esta confissão de ignorância ou de hesitação por parte de tão altas figuras, fica-se chocado. Há situações em que o silêncio é de ouro e em tais cargos não se podem manifestar dúvidas de tal género. Ou é ou não é. Mas isso só deve ser afirmado depois de cuidado estudo e de se esboçarem as conclusões. Durante esse estudo pode haver ignorância, dúvidas ou hesitações, que não são desprimor para ninguém, mas não são divulgadas, pois só a conclusão o deve ser.

E no meio de tudo isto, não é de estranhar o esbracejar de Carlos César a desrespeitar o poder central, alegando legalidade mas esquecendo moralidade, ética, equidade e respeito pelo escalão superior da República.

Para os mais interessados neste tema, coloco os links de alguns artigos da CS de hoje:

Por que não fala Cavaco quando deve?
César vs Sócrates
Carlos César afasta inconstitucionalidade do apoio aos funcionários públicos regionais
Carlos César: Cavaco Silva "não hesita em lançar uns portugueses contra os outros"
O complexo de Cassandra

Imagem da Net

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