segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Egipto com o povo a manifestar-se

Centenas de egípcios desafiaram as autoridades e protestaram contra o Governo no Cairo, num “dia de ira”. As críticas ao regime têm vindo sobretudo de activistas on-line, que marcaram a manifestação para um feriado em honra da polícia. As manifestações, num “dia de revolta contra a tortura, a pobreza, a corrupção e o desemprego”, serão o teste para ver se o activismo consegue passar dos chats e blogues para as ruas. 

“Cenas extraordinárias no Cairo enquanto milhares e milhares marcham com aparente liberdade depois de anos e anos a verem cada protesto anti-governamental imediatamente reprimido pela polícia”. “A polícia anti-motim segue atrás mas parece não estar certa do que fazer”, comentou: “três manifestações estão a ir agora para partes diferentes da capital, todas romperam cordões policiais, mas parece haver pouca coordenação sobre o que fazer a seguir.” Isto é relatado por Jack Shenker, jornalista do diário britânico "The Guardian".

Significativamente, o influente opositor egípcio Mohamend ElBaradei, ex-director da Agência Internacional de Energia Atómica e Nobel da Paz em 2005, garantiu que vai hoje mesmo juntar-se à vaga de protestos no seu país natal, onde a contestação nas ruas ao Presidente, Hosni Mubarak, entra já no terceiro dia consecutivo.

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EDP paga a Pinho e povo paga mais à EDP

A matemática não é contornável. Quando se tira, o resultado será negativo para a vítima do final da sequência, sempre a parte mais fraca. Vejamos a notícia «Entidade reguladora prevê subida dos preços da electricidade». Este aumento já foi previsto quando os jornais deram notícias acerca de «Pinho vai dar aulas em Nova Iorque. EDP paga», «Três milhões da EDP para Pinho», «EDP paga aulas de Manuel Pinho em Columbia». É bom que as pessoas não esqueçam as notícias como estas e meditem sobre elas e no que representam para cada um de nós.

Estes três milhões têm que sair de algum lado e, como os administradores não querem ver reduzidas as suas mordomias, nem querem diminuir o valor dos dividendos aos donos do dinheiro, vão buscar para isto e outras fantasias o pouco que os consumidores têm, depois de saqueados pela «austeridade» que lhes foi dirigida com boa pontaria, tendo poupado os mais poderosos..

Com este sistema de funcionamento da vida económica portuguesa, não admira que a dívida soberana venha crescendo consecutivamente e que o descontentamento popular aumente de forma alarmante, fazendo prever algo de grave e incontrolável. Os governantes devem colocar os olhos naquilo que tem acontecido na Tunísia, na Albânia, na Bélgica e no Egipto. Governar é prever, é ter os olhos no futuro para reduzir as dificuldades e potenciar as possibilidades.

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Equipa é espelho do valor do treinador

No dia 23, ao cair da tarde, a TV, ao iniciar as apreciações sobre o acto eleitoral, referiu múltiplos incidentes com o cartão de cidadão em relação ao número de eleitor. Pessoas queixavam-se de ter esperado três a quatro horas para lhes darem o número de eleitor actual e poderem votar. Outras não estiveram para esperar o esvaziamento da fila que estava à sua frente e foram para casa aumentar o número das abstenções.

Parecia evidente que a criação do cartão foi mais uma das muitas decisões governamentais tomadas sem uma cautelosa análise prévia de todos os aspectos em que o documento identificativo iria incidir. Apesar dos inúmeros assessores, escolhidos a dedo por critérios de «amiguismo», apesar dos custosos contratos de consultoria com gabinetes seleccionados por critério semelhante, as soluções continuam deploráveis, aumentando sem resultados positivos os custos que todo o sistema dos serviços de Estado acarreta.

Curiosa porém a notícia Conselho de Ministros rejeita responsabilidades nas dificuldades em votar, embora a Agência para a Modernização Administrativa que pertence à Presidência do Conselho de Ministros – explica que o cartão de cidadão “agrega e substitui os actuais cartões de contribuinte, de utente do serviço nacional de saúde, de beneficiário da segurança social e de eleitor”. O título da notícia é impensável por atribuir ao Governo o ferrete de irresponsabilidade. Isto faz lembrar que, há mais de meio século, ouço que na organização militar, onde predomina o rigor, a dedicação, a honra e a hierarquia disciplinada, «o comandante da unidade é o responsável por tudo o que esta faz ou deixa de fazer». Ora o Governo, apesar de eventualmente poder conter irresponsáveis, deve ser considerado responsável pelo que se passa na máquina estatal. Não fica bem que dê a imagem de uma equipa sem líder responsável.

Mas curiosamente, depois desta informação sobre a globalidade da equipa, aparece a notícia de que o Ministro pede desculpa por incidentes nas votações das presidenciais, o que pode levar a crer que a notícia anterior não era verdadeira, ou o MAI não se sente bem integrado na equipa e é o único a ter consciência do seu dever de governante. Num caso ou no outro, a equipa está mal treinada, nem todos jogam pelo mesmo diapasão, pelo mesmo objectivo, em sincronismo. Fazem falta em muitos sectores do Estado líderes como o Scolari que, além de bem dirigir a equipa, colocou todo o País a usar a bandeira nacional como símbolo de união e convergência para um objectivo de exaltação do orgulho pátrio. Como pode haver confiança em tal equipa governativa? Como pode haver esperança num futuro melhor do que a actual baralhada?

A angústia que foi gerada há alguns anos e tem sido persistentemente alimentada está a tornar-se patológica e dificilmente suportável. É altura de Cavaco Silva ganhar coragem e ultrapassar a sua tímida hesitação e a tendência para tabus. Portugal precisa que tome atitudes patrióticas. Se o PR não conseguir este efeito, resta o incómodo de soluções populares, a explosão social espontânea, como o que tem acontecido pela Tunísia, a Albânia, a Bélgica, o Egipto. Oxalá se consiga uma evolução pacífica, mas eficaz, sem os danos de tais manifestações descoordenadas.

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Sócrates é o vencedor das presidenciais!!!

O título parece pouco sério, mas vem confirmar o que ficou escrito em «O amigo António à caça de insólitos». Até parece que Sócrates leu o artigo, meditou e, na sua perspicácia, persistência e espírito de luta, aproveitou a ideia e, no primeiro momento oportuno, expressou a sua posição, como se vê na notícia "Portugueses exprimiram com clareza o que queriam", de que se transcrevem duas frases, muito sintomáticas e com visão de futuro.

«O primeiro-ministro felicitou todos os candidatos às eleições presidenciais e abordou os resultados. "Os portugueses falaram e exprimiram com clareza o que queriam. É legítimo dizer que os portugueses optaram por não mudar. Optaram pela CONTINUIDADE E ESTABILIDADE política. Esta tem sido a regra em presidenciais", referiu.

Sócrates garantiu depois toda a sua disponibilidade e do Governo "para assegurar uma leal cooperação com o Presidente da República agora eleito". "É isso que os portugueses esperam", acrescentou.»


E digam lá se o homem não está com garra de continuar no lugar!!! E os seus adversários como irão reagir??? Estejamos atentos às manobras que os jogadores farão sobre a pobre relva que não pára de ser pisada pelos atletas dos vários clubes.

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Democracia ou moneycracia ?

Os números da afluência às urnas até ao meio-dia e as notícias que chegam do estrangeiro conduzem a reflexões sobre Democracia ("demo+kratos") que, segundo a Wikipédia, «é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), directa ou indirectamente, por meio de representantes eleitos». Eis uns tópicos sobre o tema.

Será realmente a democracia o menos mau dos regimes políticos? Não será possível um regime menos mau, atendendo às circunstâncias do mundo actual? Não estará a democracia a ser dominada pelos donos do dinheiro, uma moneycracia ou argentocracia?

Se, teoricamente, a democracia consiste no exercício do Poder pelo povo e para o povo, parece que o seu exercício directo não é praticável, por não haver condições para o cidadão participar com facilidade em cada decisão que afecte a colectividade. Por outro lado, a democracia representativa está a atingir a maturidade com graves vícios e males herdados e progressivamente agravados ao ponto de estarem, em vários aspectos, a ser constatados resultados perversos.

Na prática, a representatividade resume-se a eleições periódicas em que os candidatos (pessoas no caso do PR, ou listas partidárias nos outros casos) são mal conhecidos ou inteiramente desconhecidos de muitos eleitores. Chega a haver elementos de listas que, só por si, levariam a que a lista fosse rejeitada pelos eleitores mais dedicados ao seu País. Há também eventuais referendos, com perguntas pouco claras para a maior parte dos eleitores, que depois ficam espantados com a interpretação inesperada dada ao resultado escrutinado. E foram precedidos de campanhas em que os partidos tentaram por todos os meios condicionar o direito e a liberdade do eleitor.

Com tais factores, muitos eleitores optam pela abstenção, mas nalguns países isso não é possível, por a votação ser obrigatória. Votar em candidatos desconhecidos também não é racional e consciente, mesmo que se queira dar crédito a propagandas por vezes pouco sérias e com promessas escassamente credíveis, pelo que surgem os votos nulos e em branco.

De tais momentos decisivos, a votação democrática, as pessoas raramente saem felizes, a não ser uma minoria que vê o seu candidato predilecto ou o seu partido eleito e dele espera benefícios ou favores, directos ou indirectos. Os tempos vão passando e verifica-se que as promessas foram esquecidas, postergadas, em vez do poder depender do povo depende dos donos do dinheiro e o descontentamento popular desenvolve-se chegando a atingir um grau insustentável: Nas Filipinas em 2001 o Presidente Joseph Strada foi destituído na sequência de manifestações populares convocadas por telemóvel e mensagens SMS. Na Tunísia, o Presidente Zine El Abidine Ben Ali caiu também em consequência de manifestações populares de jovens, sem organização especial, unidos apenas pelo descontentamento em relação ao Poder. Na Albânia milhares de populares na capital protestaram contra o Governo do primeiro-ministro Sali Berisha.

Perante tal atitude da população, o Poder usa a força policial e militar que provoca mortos (mais de uma centena na Tunísia e três na Albânia) mais uma quantidade de feridos (na Albânia no início dos confrontos resultaram 55 feridos, 25 polícias e 30 civis). O resultado destas baixas é logicamente o acirramento dos manifestantes, mesmo que tenham de adiar a vingança para os dias seguintes. Cada morto é um mártir usado como bandeira congregadora das vontades dos cidadãos , que sentirão nele motivo suficiente para aderir à «explosão social».

A melhor forma de lidar com estas situações é usar de medidas preventivas que as evitem. Depois de eclodirem, pouco há a fazer a não ser a demissão como o Joseph Strada ou esta seguida de fuga como Bem Ali. Portanto os políticos devem meditar nestes problemas porque o povo começa a acordar da sua longa letargia e prepara-se para reagir logo que surja oportunidade com motivo bastante. Convém tentar evitar o «perigo de “explosão” social espontânea» a que se referem os sociólogos Boaventura Sousa Santos e António Barreto, usando métodos como os referidos em «Evitar a «explosão» social ???». A justiça social desaconselha que os que fazem a crise continuem a aumentar as riquezas e que os que dela foram vítimas voltem a ser vítimas para a sua solução.

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domingo, 23 de janeiro de 2011

Melhorar qualidade da água do Tejo

Nem tudo é mau no nosso rectângulo à beira-mar plantado e é nosso dever apreciar o que temos de positivo para não destruir a auto-estima. A notícia que se transcreve mostra uma boa medida para despoluir a água do Tejo.

Esgotos de 120 mil casas de Lisboa deixaram de ser lançados ao Tejo
Público. 19.01.2011. Por Carlos Filipe

Os esgotos domésticos da zona central de Lisboa deixaram de ser despejados directamente, sem tratamento, nas águas do Tejo, como acontecia desde sempre.

Foi há dias, mesmo no início do mês, e sem aviso prévio, que o sistema de saneamento do Tejo e do Trancão, a cargo da empresa Simtejo, passou a canalizar os efluentes domésticos de cerca de 120 mil residências da capital para processamento na Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcântara.

Em Setembro de 2009, o presidente da câmara, António Costa, qualificou as descargas que até aqui iam parar directamente ao Tejo como "um dos maiores escândalos nacionais", e que era preciso, com urgência, fazer algo pelo ambiente. Não foi fácil, nem barato: foram quatro anos de obras e 100 milhões de euros empregues para que se comece a fazer justiça ao ambiente de Lisboa e às comunidades aquáticas do Tejo, o maior estuário da Europa ocidental, zona de nidificação e crescimento de inúmeras espécies piscícolas e aves marinhas. O rio fica agora limpo? Não, mas, como diz uma bióloga contactada pelo PÚBLICO, o impacto desta alteração será importante, mesmo que ainda demore algum tempo a fazer-se sentir (ver caixa).

O anúncio desta novidade surgiu, em primeiro lugar, sob a forma de panfleto deixado nas caixas de correio dos lisboetas. Um papel com assinatura institucional da Câmara de Lisboa e da Simtejo, da qual a autarquia é a segunda maior accionista, no qual se dizia: "Ano novo, Tejo limpo! O fado do Tejo mudou!" Ao que o PÚBLICO apurou, o acto oficial de inauguração ocorrerá no próximo sábado.

Marcelo: sonho demorado

Foi há 21 anos que Marcelo Rebelo de Sousa, então candidato à presidência da Câmara de Lisboa, se atirou às águas do Tejo. Com aquela acção, muito mediática, pretendia chamar a atenção para a poluição daquelas águas. Passados 21 anos, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou ontem a sua satisfação pelo fim daquele flagelo. "Quando me atirei à água, apanhei com uma descarga em Belém. Recordo-me, foi junto ao Padrão dos Descobrimentos. É esta, agora, uma boa notícia, mas um sonho que levou muitos anos a concretizar", disse ao PÚBLICO.

As descargas de efluentes não tratados ocorriam em Santa Apolónia, também ao lado do Cais das Colunas, e em Belém. Só em 2009, por altura de outros trabalhos no Terreiro do Paço, foram interceptados os colectores oriundos das ruas do Ouro, Augusta e da Prata e de Santa Apolónia.

Numa segunda fase foram construídas estações elevatórias e um emissário submarino, ao mesmo tempo que também se canalizaram os efluentes que eram despejados em Belém para a conduta que segue para Alcântara. E em Dezembro houve outra intervenção sob o novo piso do Terreiro do Paço, para colocar um sistema de válvulas que impede a entrada de água do Tejo no interceptor. Numa terceira fase, outras obras dos sistemas da Simarsul (Margem Sul) e Sanest (Costa do Estoril) irão contribuir para melhorar todo o estuário.

Benefícios para o estuário do Tejo

Para Maria José Costa, bióloga no Centro de Oceanografia e professora catedrática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a situação do Tejo na zona de Lisboa é considerada "grave", embora admita que "podia estar pior".

"Acontece que o estuário, por ser dos maiores da Europa, tem um grande hidrodinamismo, que o favorece, e com a ausência de descargas directas deverá favorecer a sua biodiversidade. Julgo que no prazo de um ano vamos ter um equilíbrio, uma resposta rápida dos ecossistemas", disse a investigadora, doutorada em Ecologia Animal.

Mas se o estuário poderá dar essa boa resposta, ainda que o fenómeno tenda a ser localizado e não generalizado - diz a bióloga que assim acontece na zona do Parque das Nações, intervencionada para a realização da Expo "98 -, o mesmo não significa que deixe de estar poluído. "É preciso realizar estudos experimentais sobre o que vai acontecer. É preciso ter cuidado com as lamas, que não devem ser mexidas, pois podem ter metais pesados", alerta, admitindo que aqueles poluentes podem ter corrido pelos esgotos. "Tudo depende do que as pessoas atiram fora pelos seus vazadouros domésticos", especificou Maria José Costa. Muito sensíveis aos poluentes são as comunidades bentónicas (organismos associados aos sedimentos, caso de muitas espécies de bivalves). "Só podem melhorar, mesmo que haja espécies muito resistentes", esclarece, afirmando ainda que a comunidade piscícola tem encontrado mais problemas com as barragens do que com os focos de poluição: "Os sáveis, ou as lampreias, querem regressar aos locais onde nasceram e não conseguem."

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Cientistas portugueses em destaque

Do pântano putrefacto em que o País tem sido lançado, cada vez com aspectos mais negativos da parte de quem devia servir de exemplo e incentivo, surgem exemplos de jovens, que acabam por ser os nenúfares que sobressaem do lamaçal.

A notícia «Cientistas portuguesas recebem incentivo» mostra o caso de três jovens já doutoradas no campo das ciências da saúde, que receberam, na Academia de Ciências de Lisboa, as Medalhas de Honra L"Óréal Portugal para as Mulheres na Ciência 2010, acompanhadas de um prémio pecuniário de 20 mil euros. Foram seleccionadas por um júri de um conjunto de 70.

Vale a pena ler todo o texto da notícia, para se ter uma ideia da investigação a que as premiadas se dedicam. A elas desejamos os maiores êxitos para seu prazer e benefício e tamám para a melhor saúde do ser humano.

Cientistas portuguesas recebem incentivo
 Jornal de Notícias. 18-01-2011. Por Eduarda Ferreira

Pesquisas cujos resultados podem vir a ter aplicações na área da saúde constituem o foco do trabalho das três jovens que recebem as Medalhas de Honra L"Óréal Portugal para as Mulheres na Ciência 2010, acompanhadas de um prémio pecuniário de 20 mil euros.

As suas candidaturas saíram de um conjunto de 70, analisadas por um júri a que presidiu Alexandre Quintanilha. Hoje, terça-feira, Joana Marques, Liliana Bernardino e Sílvia Barbeiro recebem a distinção, criada no âmbito internacional há mais de uma dezena de anos pela empresa de cosmética e a que se associam, em Portugal, a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a Comissão Nacional da UNESCO.

O intuito do prémio é o de incentivar, também através de uma dotação de 20 mil euros cada, o trabalho de mulheres com menos de 35 anos e já doutoradas no campo das ciências da saúde. A cerimónia de entrega decorre, ao fim da tarde, na Academia de Ciências de Lisboa.

O foco do trabalho de Joana Marques, desenvolvido no Serviço de Genética da Faculdade de Medicina do Porto, consiste em estudar quais os genes capazes de transformar células comuns em células pluripotentes (estas podem entrar na formação de qualquer órgão e esse poder reside naturalmente apenas nas células estaminais embrionárias.)

Uma simples célula da pele poderia, assim, facilitar utilizações terapêuticas, substituindo as embrionárias, cuja manipulação continua a levantar objecções religiosas, éticas e dificuldades técnicas. Joana Marques centra a sua pesquisa no mecanismo pelo qual alguns genes ligam e desligam a capacidade de pluripotência de algumas células.


É da matemática que parte e é a questões da área da saúde que Sílvia Barbeiro quer chegar. Esta investigadora estuda o comportamento do osso, a sua adaptação a estímulos externos e a forma como ele se regenera ou não perante condições distintas do crescimento celular .

A osteoporose e a forma como esta se instala e pode ou não ser contrariada é um dos aspectos da investigação. Mas esta estende-se também à compreensão da melhor forma de substituir articulações, fazer implantes ortopédicos ou reabilitar doentes cuja estrutura da zona facial ou do crânio tenha sido alvo de destruição. No seu estudo, Sílvia Barbeiro não cria apenas modelos que incorporem cálculos sobre materiais, mas também factores como a dinâmica a que eles são sujeitos na sua estrutura.


 Os neurónios são a "matéria prima" da pesquisa de Liliana Bernardino, inserida num laboratório em que é estudado o papel de alguns fármacos na formação de neurónios.

Esta jovem investigadora dedica-se mais à função da molécula histamina. Ela está implicada na diferenciação de células estaminais em neurónios, mas também está associada ao desencadear de processos inflamatórios. Liliana Bernardino procura entender estes mecanismos, mas o seu alvo específico é tentar descobrir se e como se pode levar a histamina também a reparar ou substituir neurónios lesados, o que seria um passo para a compreensão de doenças neurodegenerativas, por exemplo do envelhecimento.

Imagens DR, do JN

Compreender os USA



Sugere-se a leitura do livro «Sister Revolutions, French Lightning, American Light», de Susan Dunn, sobre a Revolução Francesa e a que criou os USA, onde se mostra os dois acontecimentos ocorridos na mesma época com contactos muito apertados entre os actores de um e outro país.

Só que os franceses erraram no lema, pois não é prático conciliar a IGUALDADE com a LIBERDADE. Igualdade é sempre traduzida em uniforme, disciplina militar, ausência de iniciativa individual, liberdade cerceada, condicionada.

Os americanos, pelo contrário, realçaram a liberdade responsável, favorecendo a iniciativa individual, a criatividade, apenas limitada pelo respeito a igual direito do outro. Criaram riqueza seguindo as regras de que Linkoln fala no álbum representado acima.

A igualdade só deve ser de oportunidades, de cada um procurar a sua felicidade, isto é, a igualdade de todos perante a lei. Depois uns conseguirão melhores resultados do que outros, como aliás acontece em qualquer campeonato desportivo.

A liberdade impõe o respeito pelos direitos dos outros, pelas liberdades dos outros sejam pobres ou ricos, brancos ou de cor, nascidos aqui ou no estrangeiro, podendo seguir a profissão para que sentirem mais aptidão, escolhendo com quem casar, onde morar, o tipo de carro ou de bicicleta, ou sapatos, etc, etc. Se assim não for pode ser libertinagem ou outra qualquer coisa menos séria.

Mas vamos ao ódio contra os americanos. Durante a II Guerra Mundial, os americanos fizeram um esforço de guerra em que concentraram todos os esforços e foi criado um complexo industrial militar poderoso englobando iniciativas de muitos empresários.

Já perto da sua vida activa, o Presidente Eisenhower alertou para o perigo futuro vindo desse complexo industrial militar que não iria sujeitar-se a ser eliminado e não iria deixar de procurar negócio e lucros. Para isso, iria pressionar os políticos para resolverem os mínimos problemas à custa de guerras com materiais cada vez mais modernos e sofisticados. Essa previsão tem-se mostrado correcta. A investigação para novos armamentos não parou, antes pelo contrário, e, depois de criados, havia que os experimentar e vendê-los a outros países.

Portanto, o mal actual deve-se ao facto de tal complexo industrial militar não ter sido desmontado, com os agradecimentos do trabalho realizado durante a guerra.

Com base no espírito desta súmula, procure-se analisar tudo o que se passa no mundo e ficar-se-á a compreender melhor a situação actual. Até porque os países mais ricos não querem ficar atrás em poder militar, mesmo que para isso tenha de haver muita gente com fome, e o mundo, se os valores e princípios não forem reafinados, corre para o holocausto planetário. Já não se trata apenas da impreparação dos governantes, mas da sua exploração pelos grandes poderes económicos que os pressionam em benefício dos seus negócios.

Alegre, há oito anos

Transcrição de carta ao director publicada no PÚBLICO em 11-01-2003

Autocrítica de um cidadão-poeta. 030111

Fiquei muito sensibilizado quando vi e ouvi na televisão o cidadão Manuel Alegre a lamentar os estragos que teve na sua linda casa nas margens do rio Águeda, devido às cheias. Embora, como alguns jornalistas da televisão diziam, as pessoas já estejam habituadas a sofrer, de vez em quando, os efeitos das chuvas mais intensas e persistentes, é compreensível que muita gente se queixe de mais um azar lhes bater à porta. Por isso, ao contrário de palavras que tenho ouvido, concordo que o cidadão Manuel Alegre, tal como os outros, evidenciasse o seu desconforto perante os prejuízos sofridos. É que num Estado de Direito e democrático, os cidadãos são todos iguais perante a lei, perante o poder soberano, todos podendo lamuriar-se.

Porém, não me pareceu correcto que o mesmo cidadão se insurgisse contra o Estado. É que, neste caso, ele deve ter-se esquecido que ele próprio, como deputado, é Estado. Ele, com os seus pares, no Parlamento, segundo órgão de soberania, são responsáveis por legislar e controlar os actos governativos por forma a garantir segurança aos cidadãos, por forma a reduzir os riscos de estes sofrerem graves prejuízos com as cheias. Portanto, o cidadão Manuel Alegre, acusou publicamente o deputado Manuel Alegre de não ter tomado medidas para que aquilo não lhe tivesse acontecido com tanta gravidade. É o inconveniente das pessoas usarem dois chapéus!

Mas esse inconveniente não era de esperar do ilustre poeta Manuel Alegre, pensador, homem que sabe trabalhar dextramente com as ideias e transformá-las em palavras escritas que são o deleite de muitos portugueses. Se não me choquei em ver e ouvir o cidadão Manuel Alegre lamentar os estragos sofridos, fiquei, pelo contrário, muito espantado ao ver o pensador e literato esquecer-se que é uma figura do Estado, do Parlamento, e fazer uma auto-crítica pública tão assanhada. E isto, para não dizer que houve muito boa gente, mais prejudicada em percentagem da totalidade do seu património, e portanto, com mais razões para criticar os seus representantes nos órgãos de soberania e que, no entanto, se mostrou mais conformada com a sua falta de sorte.

Enfim, mais uma vez, se tornou evidente que a literatura é ficção. E que o mundo não progride pela mão de poetas que vivem num mundo virtual. Na China actual, o poder está nas mãos de engenheiros e não na de pessoas que jogam com as palavras mais ou menos floreadas. Por isso, tem tido, na última década, uma invejável taxa de crescimento sustentado.

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Voto útil ou voto inútil ???

Neste ponto da campanha para as presidenciais, com as eleições à porta, depois do percurso de reflexões isentas que têm sido aqui suscitadas, com uma óptica caracterizada por idealismo, utopia, e desejo da máxima perfeição do candidato a escolher, há que cair na realidade e concluir que a vida é gerida com o possível, escolhendo o menos mau, sem grave dissonância com a nossa consciência idealista. 

Da abstenção deliberada, ou do voto inútil, seja nulo ou em branco, nada resulta de positivo, pelo menos de imediato, para Portugal. E várias pessoas receiam que o voto em branco possa ser utilizado por alguém sem escrúpulos da mesa, quando a urna é aberta. Tal desonestidade com aproveitamento no acto da contagem (inserção abusiva de cruz) pode ser possível, mas não podemos crer que seja generalizada e o seu efeito não será grande.

Neste momento, descendo do Olimpo das utopias e dos idealismos teóricos, cabe a cada um de nós pensar naquilo que, de acordo com o actual regime, poderá ser menos lesivo para os interesses de PORTUGAL e usar o voto útil. Deve votar-se conforme a própria consciência mas sem prejudicar o País. O interesse de PORTUGAL deve ser colocado acima de qualquer interesse particular.
E não esqueçamos que uma segunda volta tem elevados custos para os portugueses, pelo que cada eleitor deve, de acordo com a sua consciência, votar no candidato menos mau, usar o VOTO ÚTIL pensando em PORTUGAL.

Há quem esteja atento e consciente do esforço que está a ser feito para o candidato melhor colocado nas sondagens obter menos de 50% dos votos válidos, a fim de haver uma segunda volta onde ele perderá porque o seu rival (seja qual for), provavelmente, aglutinará todos os votos da esquerda. Não é por acaso que todos os candidatos conjugaram os ataques a esse seu rival em coisas que, por vezes, nada têm a ver com as funções de PR. A politiquice está a arrastar-se pela lama, esquecendo os interesses de PORTUGAL.

Para votar em consciência, interessa conhecer todas as facetas da personalidade dos candidatos para aquilatar a sua capacidade para exercer o cargo, isto é, para lidar com as situações reais que se lhe depararem, da melhor forma para bem de PORTUGAL, cujo futuro está em jogo. Por isso, os candidatos não devem mostrar-se ofendidos por serem difundidos aspectos menos conhecidos da sua personalidade mas que possam levar a prever os seus comportamentos futuros, porque o futuro de PORTUGAL deve ser acautelado o mais possível.

Cabe a cada um de nós pensar naquilo que poderá ser menos lesivo dos interesses de PORTUGAL e usar o voto útil. Devemos votar conforme a própria consciência mas sem prejudicar o País.

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Voto inútil

Transcrição de artigo seguira de NOTA:

Público 2011.01.17 Gonçalo Portocarrero de Almada

O voto numa candidatura sem possibilidades reais de vitória ou a abstenção afiguram-se ser as opções mais coerentes

Em tempos de eleições presidenciais, legislativas ou autárquicas, é recorrente o recurso ao argumento do voto útil. Na gíria política, entende-se por voto útil a escolha do candidato ou do partido que, mesmo não reunindo as condições que o eleitor desejaria sufragar, é, no entanto, o menos mau dos candidatos com hipóteses de ganhar. Na perspectiva eleitoral, o voto num partido ou candidato que nunca poderá vencer é sempre um voto perdido ou, pior ainda, um voto nas candidaturas que ficariam beneficiadas com a inutilidade prática desse voto idealista. 

À medida que se aproxima um acto eleitoral, esfumam-se os axiomas éticos e os princípios, que cedem o seu lugar à pressão das sondagens e das conveniências do momento, quase sempre apresentadas como inadiáveis exigências de salvação nacional. À conta desses pretensos imperativos de ordem pública, engolem-se não poucos sapos e conspícuos cavalheiros travestem-se ideologicamente, em malabarismos de rara acrobacia e discutível moralidade. E quem não se disponibilizar para uma tal cambalhota eleitoral e decidir não vender, nem hipotecar, o seu voto, é certo e sabido que pagará cara a factura da sua verticalidade: à partida é, pelo menos, um utópico e, à chegada do desastrado resultado eleitoral que a sua atitude propiciou, é um cúmplice do inimigo, um traidor.

É sabido que a história do voto útil tem barbas. Nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, o voto útil funcionou a favor de duas grandes forças extremistas. Quando a Alemanha se encontrava numa muito delicada situação interna e externa, os nazis apareceram como a força mais eficaz para deter o triunfante bolchevismo, que ameaçava a liberdade alemã e europeia. É certo, em termos históricos, que muitos dos apoiantes de Hitler o fizeram à conta do voto útil: mesmo não concordando com as teses nazis, entenderam que essa era a única força política capaz de deter o comunismo internacional e, por isso, deram-lhe o seu voto. Em sentido contrário, o voto útil também funcionou a favor do bolchevismo que, para muitos antinazis, parecia ser o mal menor ou, pelo menos, a única estrutura partidária com força suficiente para se opor, com eficácia, ao nacional-socialismo. Mas é óbvio que tanto uns como os outros, quer votando de olhos fechados em Hitler, quer dando o seu contrariado voto aos seguidores de Estaline, favoreceram as respectivas tiranias e votaram contra a liberdade, a democracia e o bem comum. Os seus votos foram úteis, sem nenhuma dúvida, mas para o mal.

Não é só na vida privada que o crime não compensa, porque também na vida política essas leviandades pagam-se caras, como sabem os que sofreram a ditadura nazi na Alemanha, ou os que padeceram os horrores do comunismo na Rússia e nos outros países que também viveram, ou ainda vivem, sob a ditadura do proletariado. Na realidade, tanto os que sufragaram Hitler como os que apoiaram Estaline perderam, porque a vitória moral e política foi daqueles "inúteis" que souberam privilegiar uma atitude de coerência ética, sem se deixarem intimidar pelos falsos argumentos de uma suposta utilidade nacional ou internacional.

Se, por absurda hipótese, houvesse que escolher entre Estaline e Hitler, seria caso para dizer que venha o diabo e que escolha porque, por mais útil que fosse votar em Hitler, para que Estaline não pudesse ganhar, ou votar em Estaline, para que Hitler não saísse vencedor, seria sempre uma escolha dos diabos. E a quem o não seja, só lhe resta uma hipótese digna: não votar em nenhum dos dois, por mais inútil que uma tal atitude pudesse parecer.

Em Portugal, Hitler e Estaline não vão a votos, felizmente, e portanto é moralmente lícita a votação num candidato que, mesmo sendo defectível, é o menos mau dos possíveis ganhadores. Mas o voto numa candidatura sem possibilidades reais de vitória ou a abstenção, quando são escassas as garantias de idoneidade moral dos prováveis eleitos, afiguram-se ser as opções mais coerentes para quem, na sua vida pessoal e na sua actuação pública, não se pauta por conveniências contingentes, mas por princípios e valores permanentes.

Licenciado em Direito e doutorado em Filosofia. Vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF)
NOTA: Permita-me o douto autor acrescentar uma faceta do voto inútil que me parece mais significativa do que a abstenção. Enquanto esta dá uma má imagem do conjunto dos inscritos nos cadernos eleitorais, englobados como, comodistas, preguiçosos, indiferentes, apáticos, sem sentido de cidadania, omissos, etc. o VOTO EM BRANCO significa que o eleitor tem espírito de cidadão, patriota, vai às urnas deixar a mensagem : nenhum dos candidatos corresponde ao seu ideal de valores éticos, cívicos, patrióticos, com amor aos portugueses mais carentes. Não quer votar no menos mau. Só votará no bom, no perfeito, segundo a sua óptica.

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Crise suas causas e lições

Já é redundante falar da crise. Mas, por outro lado, há muito espaço vazio de ideias acerca das suas causas reais e de esboços de lições dela retiradas que poderão ser úteis para preparar um futuro mais seguro e mais feliz para os nossos descendentes.

Há dias, foi aqui publicada uma lista de instituições e fundações sem valor essencial para o País e que ficam caras ao Estado. Tem-se insistido no tema e, como «água mole em pedra dura tanto bate até que fura», vão surgindo passos positivos, embora pouco exemplares porque o quadro legislativo, sendo demasia do pormenorizado e não referindo especificamente que a lei também se aplica aos «boys», estes vão navegando sem sustos.

É positiva a notícia de que a Câmara Municipal de Lisboa extingue a Agência para a Promoção da Baixa Chiado que custou 2,5 milhões. Gastou tal importância durante os nove anos de existência, findos os quais acabou por ser extinta por se ter reconhecido que o seu modelo de funcionamento era "pouco operacional", apesar de a meio da sua existência ter havido uma tentativa para lhe imprimir maior dinamismo.

Dos poucos feitos visíveis citam-se os concursos de montras de Natal, a tenda gigante instalada na Praça da Figueira e as projecções animadas na fachada do Teatro D. Maria II.

Dos cerca de 2,5 milhões gastos pela autarquia para garantir o funcionamento daquela estrutura, quase metade foram absorvidos pelas obras no edifício municipal na Rua dos Douradores onde ela própria funcionou. Os «boys» e as «girls» do regime dificilmente conseguem olhar para além do nariz e começaram por modernizar as suas instalações, sem terem ido mais além.

A criação desta instituição foi uma das muitas loucuras que levaram a esta crise. A sua extinção é um caso meritório que se impunha, mas mais será se forem exigidas responsabilidades aos implicados nestes gastos e que evidenciaram tanta incapacidade para o cargo que aceitaram.
Além deste tipo de instituições que pouco mais fizeram do que albergar cúmplices incompetentes, há a legislação prolixa, pouco clara, orientada para a repressão e o cerceamento das actividades privadas, desprezando o lema da maior liberdade e da máxima responsabilidade, que produz casos como o da fábrica de leite que parou durante ano e meio devido à burocracia. Mas, agora, por fim, está em funcionamento (sabe-se lá se a troco de alguns «robalos»!). Uma fábrica parada, com o investimento bloqueado e os postos de trabalho por ocupar constitui um mau sintoma das condições em que temos vivido e faz compreender a crise devida a um Estado que cerceia a iniciativa individual, sufocando-a com repressão, legislação e regulamentação excessiva. Seria muito mais profícuo que um «simplex» eficaz e real permitisse o desabrochar de valores e iniciativas sob um espírito de responsabilidade em que os valores éticos do respeito pelos direitos dos outros e do Estado fossem os inspectores mais operantes, sempre com um sistema de Justiça eficiente pronto a penalizar com rapidez os desmandos graves.

Mas o povo, que tem estado adormecido e esperando demasiado de governantes que tudo querem controlar e que não conseguem encontrar soluções, começa a despertar e a procurar agir com dinamismo na gestão do seu futuro e, por esse caminho, desempregados criaram mais de 7500 empresas nos últimos três anos, buscando as soluções para a sua sobrevivência e dos familiares e criando postos de trabalho para os jovens que já estão conscientes de que, no mundo actual, só produzindo se consegue sobreviver. «O valor de um país mede-se pelo que produz e não pelo que consome». Estes cerca de 7500 empresários comprovam o velho aforismo «A necessidade aguça o engenho». Realmente, as crises, os obstáculos, os acidentes, as catástrofes, se bem encaradas, podem ser lições para um futuro melhor.

Também outra notícia mostra que a vitalidade é maior fora dos grandes centros urbanos. A Agência para a Vida Local valonguense ganhou o prémio que distingue as "Melhores Práticas Autárquicas em Integração de Imigrantes 2010». A gora Valongo possui um leve troféu em metal dourado ao qual concorreram também as Câmaras de Lisboa e Sintra.

A referência a estes casos mostra que os governos precisam de competência e capacidade para «pensar antes de decidir», para elaborar boas decisões antecedidas de uma análise correcta de todos os factores intervenientes. A fim de elas serem práticas, obedecidas, sem precisarem de emendas sucessivas nem de excepções que hoje são demasiado frequentes.

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O amigo António à caça de insólitos

O Amigo António continua a deleitar-me com a sua forma de olhar para as coisas complicadas como se estivesse a ver tudo claro transparente, mas não deixa de ficar intrigado com as manobras da baixa política. Desta vez, saiu-se com a descoberta do insólito apoio do PSD a Cavaco Silva.

Custou-me a concluir que tinha ouvido bem, pois ambas as entidades são fruto da mesma árvore e companheiros do mesmo grupo ou tendência. Mas ele, com o seu raciocínio muito simples e adequado a explicar o menos visível aos mais ignorantes, esclareceu a sua «anedota» que parece não o ser.

Os dados dele são os seguintes: Cavaco é de todos os candidatos o único que, pelo seu passado e a sua forma de estar na política, garante a continuidade, na crise com que conviveu sem evidenciar o mínimo sintoma de alergia e sem fazer algo de positivo para a evitar ou debelar, mesmo que fosse apenas por palavras bem audíveis e insuspeitas.

Pelo contrário, o PSD tem mostrado interesse em mudanças na governação, por forma a melhorar todas as deficiências de organização da máquina pública, passando pela Educação, pela Saúde, pela Justiça, etc..e, para isso, mostra-se interessado em eleições legislativas antecipadas. Ora, depois de o povo, como dizem, ir eleger Cavaco Silva, portanto profundamente mentalizado para evitar a mudança e quaisquer aventuras, será difícil fazer uma lavagem ao cérebro colectiva e eficaz que contrarie o tratamento hormonal que agora lhe está a ser injectado com efeito positivo (na hipótese de o candidato ganhar).

Por outro lado o PS, depois das eleições, se tiverem o referido desfecho, vai agarrar-se ao slogan da continuidade e da estabilidade de que o povo mostrou gostar ao eleger Cavaco.

Achei piada a este raciocínio do Amigo António e não deixei de o trazer aqui para que cada um se ria ou medite, sobre o quanto há de insólito nas tácticas políticas.

Não tive coragem de perguntar qual o candidato que, segundo ele, o PSD deveria apoiar mas, como é muito cauteloso, talvez armasse em pitonisa e dissesse uma frase esfíngica como «qualquer um excepto Cavaco, Alegre e Defensor», porque todos os outros estão mais preparados para mudanças.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Educar para produzir ou para o ócio?

Depois de ver as imagens do «Encerramento da Expo de Shanghai», em que fica bem patente a perfeição do espectáculo, fruto de preparação meticulosa, surge o texto que transcrevo que, embora polémico, por contrariar o «dolce far niente» de que nós ocidentais gostamos, leva a compreender o que está na base do desenvolvimento da China com um crescimento económico de cerca de 10 por cento ao ano, e do desenvolvimento na ciência, nas artes, na indústria e nas novas tecnologias, muito notável em todos os aspectos. Enquanto nós estamos a estender a mão à caridade e a pagar juros altíssimos pelos empréstimos, eles, depois de recuperarem do domínio mongol, da guerra do ópio, da invasão nipónica, da aventura de Mao e de evitarem o contágio da implosão soviética, estão à beira de serem a principal potência mundial e emprestam a nós e à Grécia aquilo que está fora das possibilidades da Europa.

A mentalidade de trabalho e de produção começa desde criança. Há dias ouvi num programa de José Hermano Saraiva que o valor de um País depende daquilo que produz e não daquilo que consome.

As mães chinesas educam melhor?
 ISABEL STILWELL | EDITORIAL@DESTAK.PT 13- 01-2011

O livro de Amy Chua, sobre como é que as mães chinesas conseguem fazer dos seus filhos prodígios em tudo, da música à matemática, saiu há dias, mas já criou uma polémica acesa entre os pais norte-americanos.

Battle Hymm of the Tiger Mother (Hino de Batalha da Mãe Tigre) diz coisas que chocam os ouvidos ocidentais, e a autora, professora de Direito na Universidade de Yale e casada com um americano, tem absoluta consciência de que ia deixar claras as diferenças entre duas formas distintas de exercer a função parental.

Escreve Amy Chua que os pais chineses não aceitam que os filhos tenham menos do que a nota máxima, e a tudo, que escolham as actividades extracurriculares, vejam televisão, tenham um namorado na escola, ou que não sejam os melhores em tudo.

«Se uma criança chegar a casa com um 4, coisa que não acontece!, os pais não se vão queixar à professora. Gritam-lhe e dizem-lhe: «Isto começa por ti, esforça-te mais.» E isto porque acreditam que os filhos são capazes do melhor, e acham que, como pais, têm todo o direito de exigir excelência aos filhos, que lhes devem tudo.

Não é uma questão de mais ou de menos amor, insiste. Para ela «a grande diferença é que os ocidentais estão mais preocupados com a psique e a auto-estima dos seus filhos, enquanto os chineses colocam o enfoque na força, em lugar de nas fragilidades».

Aos pais chineses, afirma, pouco importa que um filho diga que os odeia, porque sabem que quando triunfar lhes vai agradecer a forma como se empenharam na sua educação, a que dedicam dez vezes mais tempo do que os ocidentais.

E os pais vão orgulhar-se, e dar-lhes nota do seu orgulho, em vez de fazerem como os ocidentais que se autoconvencem de que não estão desiludidos pelos seus filhos não serem os melhores, desistindo deles com o argumento de que são diferentes ou especiais. Não há como a polémica para nos fazer pensar...


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O amigo António e as eleições

Hoje não fico pelas conclusões da conversa com o Amigo António e desço ao diálogo, tanto quanto a minha memória permite, porque não fiz qualquer gravação.

_ António, depois de conversar com várias pessoas, ainda não estou decidido em quem irei votar. Concordo contigo quando dizes que a decisão é nossa e a opinião dos outros não deve ser vinculativa, mas peço-te que me digas como orientar o raciocínio para me decidir.

_ Sabes que movimento o meu raciocínio no âmbito de valores e conceitos, sem me deter nos pormenores que só servem para embotar a nossa visão e desviar a atenção do fundamental. Em democracia, o voto é um direito e um dever que consubstancia o slogan «a soberania reside na população». Mas cuidado, porque a democracia representativa que hoje é tida como o regime menos mau, pouco tem a ver com a democracia directa, dos velhos tempos da Grécia antiga, em que o povo se reunia na praça central, a Ágora, onde eram tomadas as decisões mais importantes da cidade, por voto livre de todos os presentes. Agora, em democracia representativa, não é praticável cada cidadão se pronunciar nas decisões a tomar, e o povo limita-se a eleger os seus representantes, delegados, para gerirem os problemas colectivos.

_ Nesse caso, para escolher aquele em quem vou delegar todos os meus poderes de cidadania, preciso de o conhecer muito bem e de ter a certeza de que ele merece toda a minha confiança e vai resolver os assuntos do meu interesse como se fosse eu.

_ É isso mesmo, e até deve saber resolver os problemas melhor do que tu, porque deve ser um dos elementos mais válidos do País e procurará as soluções que melhor contribuam para os interesses nacionais, que favoreçam os cidadãos em geral, desenvolvendo uma sã justiça social. Mas, infelizmente, a tua escolha é limitada a meia dúzia de indivíduos ou de listas de voluntários que são colocadas à tua frente para escolheres uma. E se para Presidente da República, o problema não é fácil, para as legislativas, então, trata-se de uma tarefa desumana. Em boa verdade, não deves votar numa lista em que haja um indivíduo que não conheças bem e em quem não deposites total confiança. Mas, na realidade, aparecem listas de dezenas de elementos e apenas conheces, e mal, o líder. Desta forma falar de democracia e dizer que o povo é que escolhe, é uma falácia, é vitupério.

_ Mas o que pode fazer um simples cidadão como eu, perante tal cenário?

_ Não pode fazer muito. Uma grande maioria, por medo de represálias (há países onde é obrigatório ir votar), ou por dever de gratidão a um cacique, ou esperança de ser beneficiado por um seu favor, vão votar num partido porque já o fazem desde as primeiras eleições em que participaram ou porque simpatizam com um cabecilha local. Outros que pensam um pouco, e vêm que uns e outros não fizeram muito pelos cidadãos mas sim pelo próprio enriquecimento e dos seus familiares e amigos, recusam ser cúmplices daquilo que se atrevem a denominar de palhaçada, e surge o número assustador da percentagem de abstenções. Os analistas chamam aos abstencionistas cobardes, indiferentes, apáticos, sem sentido de cidadania. Um segundo tipo é o dos que não querem deixar de comparecer, pelos motivos atrás referidos, inutilizam o boletim de voto com um risco em diagonal ou frases insultuosas. Em geral estes votos inúteis, inválidos, são interpretados como de gente ignorante que não soube fazer a cruz dentro do quadrado, e o boletim deixou de ter significado. Um terceiro tipo de votantes tem vindo a aumentar que é o dos votos em branco que são interpretados como um sentimento de falta de confiança em cada um dos candidatos. O votante em branco pretende dizer: não sou preguiçoso nem indiferente e estou aqui para vos dizer que nenhum de vós merece a minha escolha.

_ Mas um boletim em branco pode ser aproveitado por um dos elementos da mesa para fazer uma cruz no seu candidato preferido. Não achas que há esse perigo?

_ Claro que acho isso possível. Nestas lutas pelo poleiro podem ocorrer lutas homicidas do género da que em Nova Iorque entre dois homossexuais terminou com a morte de um. Mas para o votante em branco isso não tem grande inconveniente porque ele sabe que um candidato acaba por vencer, mas como nenhum lhe merece confiança, a perda é menor. Por outro lado, por pior que sejam os elementos da «classe» política, não parece fácil tal conivência, e também porque não aceitariam a divisão dos boletins em branco por igual e não chegariam a acordo noutro critério, acabando por o desentendimento ser conhecido publicamente e gerado escândalo.

_ Falaste na necessidade de conhecer bem cada candidato ou lista para nisso assentar a decisão do voto. Mas, nas próximas eleições, para PR, não há muitos dados a apreciar por quem não tenha seguido durante anos as vidas de cada um, porque as pelavras deles não são confiáveis.

_ Pois é, meu caro, ninguém é bom advogado em causa própria. Repara no que eles dizem de si próprios «está disponível para «falar forte e grosso aos mercados financeiros, especuladores e aos senhores que mandam na Europa». Irá ser o «provedor do povo». Só ele mesmo poderá vencer o favorito na segunda volta. Etc. A par do auto-elogio, a maior parte dos discursos são vergonhosamente demolidores da imagem do rival que as sondagens colocam em melhor posição. Por outro lado, ao mesmo tempo que a generalidade das pessoas diz que é preciso haver grandes mudanças, vê-se uma convicção e de certo modo adesão à continuidade das pessoas e, portanto das ideias e das decisões o que retira a mínima esperança de soluções eficazes para a crise que estamos a viver, porque só por milagre quem esteve nas causas do problema pode travestir-se ao ponto de ser agente da solução. Creio que já te dei tópicos suficientes para puxares pelo bestunto e tomares a decisão que mais estiver de acordo com o teu pensamento.

_ Caro António, esta conversa foi muito proveitosa e vou ver se a reproduzo no meu blog para meditação dos leitores. Dentro em breve irei pedir a tua reflexão sobre esta frase que ouvi há pouco: «A humanidade está tão enlouquecida, desprezando valores e princípios, que já precisa de seguir os exemplos de animais ditos selvagens e irracionais, mas que se mostram mais sociáveis e regrados do que os humanos. Deus deve estar arrependido de ter construído um mundo assim e deve estar a pensar em se demitir!».

_ Não me metas nessas divagações. Isso seria areia demais para a minha camioneta.

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Nobre com esperança na 2ª volta

Diz o médico que só ele mesmo poderá vencer Cavaco Silva na segunda volta: "Dia 24 vamos estar de novo na estrada."

"Sou a única alternativa ao marasmo, ao subcoma em que nos mergulharam, mas porque vos tenho a vós"

Assumindo-se como único destinatário do voto útil, diz que "Alegre nunca ganhará a segunda volta, nunca, por causa do radicalismo que o fecha num segmento da sociedade portuguesa do qual nunca mais sairá; não poderá nunca transformar Portugal". Ver mais aqui.

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Temos economistas melhores que os «Nobeis» !!!

«Logo após o leilão (de dívida pública desta quarta-feira), Teixeira dos Santos classificou os dois leilões de dívida como um "sucesso" já que Portugal pagou cerca de 6,72% por um empréstimo de 599 milhões de euros a dez anos. Tinha pago 6,8% em Novembro».

O Chefe de Governo e outros economistas ligados à política bendisseram este «êxito», em apoio de Teixeira dos Santos. Mas agora surgiu a notícia «Krugman desmente Sócrates e Teixeira dos Santos» de que se transcreve algumas frases:

«O prémio Nobel da Economia e professor da Universidade de Princeton, Paul Krugman, considera que a taxa de juro contratada no leilão de dívida pública desta quarta-feira foi "quase ruinosa".

Paul Krugman desmentiu assim frontalmente o primeiro ministro, José Sócrates, e o ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos.
 (…)

Krugman, que conhece relativamente bem o passado da economia portuguesa (…) disse que o facto de o Governo achar que uma taxa de juro de "apenas" 6,7% é um sucesso "diz alguma coisa do total desespero da situação europeia". O economista rematou, avisando "mais alguns sucessos e a periferia europeia será destruída".»

Estas contradições entre o premiado com o Nobel e os sábios nacionais baralha qualquer espírito, por mais crédulo que seja. Ou o Nobel Krugman não merece o prémio que lhe foi concedido e é um ignorante atrevido; ou Sócrates e Teixeira dos Santos são ignorantes e mentirosos e pretendem atirar com areia aos nossos olhos; ou, por outro lado, estes nossos governantes são honestos e competentes e é pena que o prémio Nobel não lhes tenha ainda sido concedido em vez de a esse Krugman!!! Como é preciso que se faça luz, agradece-se que alguém venha esclarecer o nosso cérebro baralhado para passar a poder funcionar com lógica assente em dados sólidos, credíveis.

Entretanto, inclino-me para acreditar que os prémios Nobel são ignorantes «provincianos deslumbrados» ambiciosos de poder, fama e riqueza e que os nossos concidadãos são geniais e querem o nosso bem pelo qual lutam generosa e incansavelmente!!! Por isso, há que pensar em propor o prémio Nobel da Economia para Sócrates e Teixeira dos Santos, não metade para cada um mas, excepcionalmente, um inteiro para cada um, já este ano!!!

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Mais um jovem em destaque

O jovem português Pedro Silva foi um dos 104 eleitos entre uma dezena de milhar de candidatos de 70 países para integrar a Orquestra do YouTube, um agrupamento sinfónico que reúne jovens executantes musicais de todo o Mundo.

No ano passado, coube ao violinista Tiago Santos a sorte de ter integrado as fileiras da "primeira orquestra colaborativa do Mundo". Este ano, na lista de 336 finalistas, além do Pedro Silva, estiveram outros músicos nacionais: a flautista Ana Carina Sousa, o violinista Nuno Vasconcelos, o trompetista Luís Duarte Moreira e o oboísta Samuel Bastos.

Portugal tem razões de esperança no futuro, pois há jovens que se distinguem em vários sectores, como neste espaço tem sido referido.

Para melhor conhecimento deste caso, sugere-se a leitura da notícia «Músico português na Orquestra do Youtube».

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Rejuvenescer o País

As boas ideias podem vir de qualquer cabeça pensante e, por isso. Apoiar uma ideia não quer dizer que se concorde com a totalidade da personalidade que a expresse. Mas neste caso, ela vem de uma pessoas que se tem mostrado coerente e credível.

O «envelhecimento demográfico» exige que seja dedicada muita atenção aos incentivos reais, eficazes, à natalidade. Como diz o texto que se transcreve: 

(...) Porque “o que está em causa é a própria sustentabilidade da Segurança Social”, o fundador da AMI propôs medidas de incentivo à natalidade como o aumento do abono de família e a concessão de descontos nos transportes a famílias com três ou mais filhos. E afirmou-se o único candidato capaz de “criar um clima de confiança”, susceptível de fazer aumentar a natalidade. “Em 1960 tínhamos uma natalidade na ordem dos 3,3 filhos por mulher em idade fértil. Actualmente, andamos à volta de 1,33, ou seja, muito longe dos 2,1 [necessários para garantir a substituição das gerações]. Isso significa que se Portugal tem algum crescimento é à custa da imigração. Como todos os estudos apontam para uma involução da nossa demografia, em 2050 seremos apenas sete milhões e pouco”, descreveu, para concluir que “é fundamental que a natalidade em Portugal seja acautelada mas para isso é preciso incutir esperança, porque ninguém tem filhos num clima de desespero”.

O cirurgião pediatra Gentil Martins concorda que é urgente incentivar a natalidade. E apareceu ao lado do fundador da AMI porque o considera “uma pessoa isenta, honesta e preocupada com os valores humanitários do país”. “Não quero dizer mal dos outros candidatos mas eu preciso, acima de tudo, no meu país, de alguém em quem possa acreditar a 100 por cento”, declarou.(…)


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Justiça e desenvolvimento

Em todo o lado, os políticos, como seres humanos estão sujeitos a errar. Mas em Países normais, estão sujeitos à lei geral, a ser julgados e condenados pelos tribunais, tal como qualquer cidadão autor de ilegalidades. Isso tem sido conhecido através de notícias provenientes de países europeus democráticos, modernos e desenvolvidos. Agora vem mais uma notícia dos Estados Unidos da América que diz que «Ex-congressista americano condenado a três anos de prisão», por crimes de branqueamento de capitais e conspiração.

Mas, pelo contrário, em países terceiromundistas, atrasados, em que reina a mediocridade e a ausência de valores éticos, os políticos são imunes e impunes e os tribunais evitam tocar-lhes.

Em Portugal não há memória de julgamentos e muito menos de condenação de políticos, apesar de múltiplos escândalos, chamados «casos», em que as suspeitas têm sido de uma dimensão inconciliável com os resultados dos processos. Se este sistema lusitano não for alterado, moralizado, civilizado, Portugal nunca poderá levantar a cabeça perante o «mercado» de que tanto se fala nos tempos actuais. E hoje, mais do que nunca, o prestígio e a credibilidade internacionais são de elevado valor para a vida das populações, como estamos a constatar nos problemas existentes com a dívida soberana e o crédito externo.

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Outros seres pensantes no Universo

Segundo artigo do Público «Cientistas dizem que ONU deve coordenar planos para lidar com extraterrestres», o que vem ao encontro do muito que tem sido dito e escrito. Por exemplo, já aqui mostrámos interesses pelo tema em «ET. Um desafio e congeminações» e «Vida extraterrestre». Será um bom exercício procurar imaginar como será a vida, os seres pensantes, o problema da energia, da comunicação, etc. etc

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E eles querem ser chefes de Estado !!!

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Correio da Manhã. 09-01-2011. Por: Francisco Moita Flores, professor universitário

Confesso, até pela admiração que tenho pela sua obra literária, que não imaginava Manuel Alegre a liderar uma campanha tão ignóbil, tão suja, tão desprovida de dignidade quando se discute o futuro do mais alto cargo do Estado, que é com mágoa que o vejo afundar-se neste mar de peçonha e ressabiamento em que tende a transformar-se a campanha eleitoral.

Os ataques pessoais, contra a honra e o carácter do seu adversário Cavaco Silva, não se compaginam com o poeta que cantou Camões, que deu um sentido universal e de liberdade às palavras e aos poemas escritos em português. É certo que o pioneiro da arruaça foi Defensor Moura. Outra surpresa. Para o pior. Este embirrou com o 10 de Junho, renegou o orgulho de celebrar o Dia de Portugal e de Camões e, para tanto, não se coíbe de mentir. Por causa de uma tenda, imaginem! Decidiu que era tema de campanha eleitoral uma tenda que teve de alugar para as comemorações do 10 de Junho.

A tenda mostra, segundo ele, que Cavaco faz favorecimento a amigos pois, no ano seguinte, a dita tenda terá sido paga por ele à autarquia que recebeu, com orgulho, as celebrações do dia de Portugal. Ora essa autarquia é Santarém. E já explicámos, já mostrámos a factura, que foi publicada, que a tenda dos seus ódios foi paga por Santarém e não pela Presidência. Ao abrigo do mesmo protocolo que ele voluntariamente assinou para as celebrações do Dia de Portugal. Numa das suas intervenções, deixou claro para o que vinha com a sua campanha. Desfazer a imagem de honradez do seu adversário. Nem uma crítica política, nem uma alternativa política surge da parte destes dois concorrentes. Apenas um chorrilho de insultos que mais parece uma briga de tendeiros por um bom lugar na feira.

Há um malabarismo desonesto em toda a história com que estes dois candidatos querem forçar a mistificação sobre o BPN. Queriam que Cavaco antecipasse a história. Sendo que comprou e vendeu acções, de forma legal, num tempo em que o BPN era um banco em pleno funcionamento, que mostrava sinais de ser sadio, em que centenas de milhares de portugueses confiavam, e com o BPN negociaram na mais pura boa-fé, exigem-lhe que soubesse o futuro. Que soubesse que sete anos depois dessa venda, em vez de um banco estivesse ali um covil de manhosos. Não podia saber. Ninguém sabia. Nem a invocação de estarem lá amigos vale alguma coisa. É apenas obscena. E conhecendo-se toda a história, como agora se conhece, não existe crime algum. Ou melhor, existem dois: os crimes de injúrias e difamação com que dois candidatos procuram matar a honra de um adversário. Coisa indigna, para quem quer ser Presidente da República.

NOTA: Não é por acaso que não atacam o candidato Fernando Nobre. Está isento dos vícios e das manhas dos políticos, não está incluído nos tais «provincianos deslumbrados»!!! Por isso, se Portugal precisa de mudança, ele será o mais liberto de peias, conivências e cumplicidades para poder agir em defesa dos interesses nacionais, com as pessoas a terem prioridade sobre os números.

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Dedicação a Portugal

Transcrição de texto recebido por e-mail:

Era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos.
O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o.
Trabalhou, dando lições de inglês para poder continuar o curso.
Formou-se em Direito.
Foi advogado, professor, escritor, político e deputado.
Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
Foi reitor da Universidade de Coimbra.
Foi Procurador-Geral da República.
Passou cinquenta anos da sua vida a defender o advento de uma sociedade mais justa.
Com 71 anos foi eleito Presidente da República.
Disse na tomada de posse: "Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele..."
Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este.
Pagou a renda da residência oficial e todo mobiliário do seu bolso.
Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado.
Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso.
Este SENHOR era Manuel de Arriaga e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa.

NOTA: E agora? Dizem que Belém fica triplamente mais caro a Portugal do que a família real espanhola ao seu País. Os bons exemplos como o de Manuel Arriaga não frutificam num País em que os que devem dar bons exemplos desprezam a ética, a função de servir o País e o patriotismo.

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O essencial merece as nossas energias

Transcrição de texto recebido em imagem +pps da amiga e colega Celle, a quem agradeço as palavras simpáticas.

Tempo Mágico

Contei os meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabarolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalómanos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena

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Pela iniciativa individual e contra a restrição e repressão estatal

Há muito que não tenho aqui trazido uma das interessantes conversas com o meu amigo António, velho companheiro desde os tempos da mais tenra infância. Se as conversas anteriores versavam recordações de tempos idos e amigos comuns da escola primária, agora, como a vida nacional lhe está a repugnar com a lavagem de roupa suja a propósito da eleição de um de cinco candidatos para um cargo que dizem não ter qualquer poder e para o qual serviria qualquer português com uma minidose de sensatez, decidiu falar do caso do neto mais velho, mas com apenas 12 anos e poucos meses.

O miúdo, filho de pai português e de mãe americana de ascendência italiana, já aprendeu a pilotar aviões. Fiquei espantado e quis que ele repetisse e explicasse. O miúdo, além de bom estudante, era bom na natação, tendo conquistado vários prémios nas competições em que o seu clube entrava. Em mini-férias de inverno ia com o pai fazer ski para uma serra relativamente próxima e deslocava-se com tal agilidade que o pai sentia-se pouco à vontade para o acompanhar, pelo menos com a vista. Entusiasmado com a aviação teve aulas com um instrutor com qualidades didácticas para ensinar crianças e cedo o miúdo começou a fazer as piruetas permitidas pela fragilidade de um pequeno meio aéreo.

Mostrou-me fotografias a confirmar algo do que dizia, mas a minha incredulidade assentava na dificuldade de cá se obter a carta de condução de um simples carro que se desloca em solo rígido e não no fluido gasoso que se chama espaço aéreo. Então ele explicou que não podemos analisar os países evoluídos em comparação com o nosso rectângulo, onde o Poder tudo regula, por vezes mal o que o leva a fazer excepções e confusões criando um emaranhado «legislativo» em que ninguém conhece as linhas com que se deve coser e que originam a necessidade de cunhas e a respectiva corrupção. Cá nada se deixa, como lá, à liberdade individual suportada pela cultura do respeito pelos direitos e liberdades dos outros e respectiva responsabilização.

A propósito da excessiva regulamentação citou o caso da ASAE que funciona com a repressão da pormenorizada especificação das actividades económicas, em vez de as estruturar, simplificando a burocracia, reduzindo os circuitos de distribuição por forma a diminuir a diferença entre o preço pago ao produtor e aquele que é exigido ao consumidor final. A propósito da liberdade de comercializar os produtos, citou que o sogro de outro filho, também na América, é abastado agro-pecuário e, num dia fixo da semana, envia um camião carregado para vender directamente ao consumidor, no «farmer’s market» da cidade, um espaço maior do que um campo de futebol onde os camiões dos agricultores estacionam e, com uma balança e uma caixa registadora, vendem por um preço que, estando livre de intermediários, é bom para eles e para os clientes. Um país em que há liberdade e ausência de repressão e de caça à multa por parte do Poder.

Quando ouvi o amigo António referis a ASAE, a prioridade dada à repressão e ao cerceamento da iniciativa privada, em vez da reestruturação das actividades económicas, simplificando e tornando-as mais criativas e rentáveis, recordei-me da leitura do livro do amigo Manuel Pedroso Marques «Tempos Difíceis Decisões Urgentes».

Não é por acaso que uns países se desenvolvem e outros decaem, esquecendo períodos de grande sucesso que tiveram de ser relegados para a poeira da história.

Perigo do saber enfático e arrogante

Encontram-se escritos, em vários locais por aqui, alertas contra os «intelectuais», eventualmente senhores das maiores descobertas científicas que recitam a alunos, mas que ignoram as realidades da vida prática e os benefícios que para ela poderão advir da aplicação sensata e coerente das teorias. Entre outros artigos recentes, faço referência às apreciações constantes na entrevista de António Barreto a DN/ TSF e no artigo, que por ser mais conciso transcrevo. A entrevista pode ser lida aqui.

O jogo dos economistas
 Destak. 06 | 01 | 2011 20.25H. J.L. PIO ABREU

Depois de se meterem no buraco no início de uma crise que não souberam prever, eis que se levantam, de novo, os economistas de palco cheios de receitas para os nossos males. Não os suporto. A satisfação arrogante com que nos propõem o mais miserável destino e as mais contraditórias soluções, põe-me os cabelos em pé.

Senhores da fortuna e da desgraça, todos se armam em deuses, sabendo que são deuses menores porque tudo depende dos políticos que neles delegaram as responsabilidades. Mas que fazem eles, os economistas?

Nos negócios e empregos que têm, eles são os actores e os principais beneficiários do jogo económico. Nas Universidades, ditam as regras desse jogo. Nos Governos ou na influência que têm, eles apoderam-se também do campo de jogo onde, por suposto, jogam todos os cidadãos.

Usam palavras esotéricas, estrangeiradas, com que disfarçam os lances que executam. Nenhum deles aprendeu Matemática, e apenas lida com contas simplórias, feitas de percentagens, somas e subtracções, ao alcance de um computador ou de qualquer contabilista que conheça o significado das palavras. Mas é um jogo onde são jogadores, árbitros, donos do campo e ainda ditam as regras. Assim, qualquer um ganhava.

Todo o seu discurso, no fim de contas, se destina a ocultar uma verdade que, incluindo eles, todos conhecem: a única coisa que produz riqueza é o trabalho humano. A contabilidade serve apenas para a distribuir. E mal.

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Construir o amanhã

O artigo de Manuel Maria Carrilho que se transcreve, analisa com nível universitário, a situação actual e realça alguns tópicos já aqui focados em «diversas oportunidades. O ano que agora se iniciou, vai exigir de todos os portugueses responsabilidades de decisão e acção com a finalidade de cooperar na saída da crise, com a certeza de que quem esteve na sua causa e desenvolvimento não tem condições anímicas nem técnicas para fazer parte da solução. Em eleições e outros actos formais bem como em acções espontâneas a que se seja chamado, há que ter sempre presente que é preciso mudança, é indispensável ir além de malabarismos paliativos e encontrar estruturas que beneficiem o futuro dos nossos filhos e netos. O artigo merece uma leitura muito atenta. 

Malabarismos sem fim
 Diário de Notícias. 06-102011. Por Manuel Maria Carrilho

A ideia-chave para que em 2011 se comece a sair do impasse em que o País e a Europa se encontram é só uma: não será com as pessoas, nem com as instituições, nem sobretudo com as ideias que nos conduziram à crise que conseguiremos sair dela.

Parece uma ideia simples, óbvia - e é. E é também uma ideia que os acontecimentos destes dois últimos anos reforçaram todos os dias. E, no entanto, ela parece quase não ter consequências, aumentando assim o abismo entre a nossa experiência quotidiana do mundo e tudo aquilo que os responsáveis políticos e os media constantemente dizem dele.

Com efeito, os dois últimos anos revelaram, tanto no plano nacional como internacional, uma invulgar incapacidade de fazer frente à crise. Em ambos os planos se pretendeu convencer as pessoas de que ela decorreu "apenas" do mau uso da financeirização da economia, que todos os seus erros e excessos foram pontuais, que talvez aqui ou ali se justificasse um pouco mais de regulamentação (quanto à supervisão, mais tarde se veria), que nada punha em causa o essencial do rumo seguido na última década, que a retoma estava sempre ao virar da próxima esquina, ou da seguinte....

Infelizmente, o Governo português comungou até ao limite deste obtuso estado de espírito. Mas rapidamente se percebeu que tudo era conversa fiada. E que nunca como agora a economia tinha estado sob o garrote de uma especulação tão descontrolada, às mãos de uma finança que tinha entretanto, sob diversas formas, conquistado os comandos do mundo.

Os dois últimos anos transformaram-se assim numa duríssima lição para aqueles que, ingenuamente, imaginaram que com a crise tinha chegado o momento de todos os regressos: do regresso da política a um lugar decisivo na vida das nações. Do regresso do Estado às suas essenciais funções de soberania, de regulação e de supervisão. Do regresso da economia a uma vida livre dos delírios especulativos e da pressão de lucros instantâneos.

Todos, ou quase todos, à direita e à esquerda, se descobriram então subitamente keynesianos, sem perceberem que o keynesianismo não é uma tábua de salvação a que se recorra conforme o aperto das circunstâncias. Mas uma visão original que, num contexto muito específico, conseguiu dar uma resposta inovadora e eficaz à crise do capitalismo. E o que hoje, numa situação que é bem diferente, tem faltado é precisamente essa capacidade.

Isto para já não lembrar um outro ponto, absolutamente central: é que o tão referido "intervencionismo" defendido por J. M. Keynes consistia numa intervenção dos poderes públicos contra a lógica cega, ou míope, dos mercados, feita em nome do bem comum e da sociedade. E não, como os keynesianos de última hora parecem pensar, numa intervenção conduzida em nome dos mercados, contra a sociedade e os seus valores.

Por tudo isto não surpreende que, depois de tantos relançamentos nos últimos dois anos, a financeirização do mundo tenha prosseguido. E prosseguido continuando a subjugar as economias aos seus caprichos mais inverosímeis, numa genial série de golpes que acabaram por fazer sempre das suas enormes fraquezas forças temíveis.

É assim que entramos em 2011. E, além disso, com sinais cada vez mais claros de uma guerra das moedas de efeitos imprevisíveis. Com uma inquietante contínua subida do custo das matérias-primas (que foi de 25% nos últimos seis meses) e com o petróleo a ultrapassar os 95 dólares. Com um G20 que pouco mais promete do que um exercício declamatório, este ano sob a batuta de um N. Sarkozy afogueado pela sua agenda interna.

A nível europeu, os impasses agravam-se, o bloqueio político parece total, as tensões da moeda única vão aumentando e a divergência das diversas trajectórias económicas vai-se acentuando, deixando como única via a dos recursos "caso a caso". Nenhum dos problemas fundamentais da União Europeia foi resolvido, e nada indica que o sejam este ano. Estamos praticamente na mesma situação de há um ano, na verdade só mudou o nome dos países sob pressão: a prová-lo, Portugal pagou ontem juros seis vezes superiores ao que pagou há um ano, para colocar 500 milhões de euros de dívida em obrigações do Tesouro.

Continuamos assim bloqueados pelas ideias que nos conduziram à crise, governados por aquilo que um economista australiano, John Quiggin, inspiradamente designou como uma economia de mortos-vivos. Isto é, uma economia dominada por ideias cuja falência vai sobrevivendo à prova dos factos. E perante isto os poderes públicos, em vez de reagirem, vão-se entregando a malabarismos sem fim, numa inédita confissão de impotência que já não escapa a ninguém.

Todos gostávamos de ver abrir-se um novo ciclo, neste começo de ano. Mas assim isto vai correr mal, muito mal. É com este realismo que Portugal deve decidir o que fazer. E de uma coisa estou certo: vai haver de facto muito para decidir em 2011.

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