sábado, 31 de março de 2012

Rigor ou cata-vento impune?

Há mais de três anos, está aqui um post que apresenta uma tecnologia para se beneficiar da conveniência de pensar antes de decidir e tem sido referido sempre que se torna oportuno ser relembrado tal conceito por parecer esquecido.

Agora depara-se nova oportunidade suscitada por duas notícias que não teriam existido se, da parte dos intervenientes nos casos referidos, tivesse havido capacidade, competência dedicação à função e respeito pelos cidadãos que os tivesse levado a maior rigor e eficácia na preparação das decisões tomadas.

Imagine-se que Regras para acesso ao Ensino Superior através do recorrente voltaram a mudar e que o Governo vai fazer correcção na proposta de rectificativo entregue no Parlamento. Parece que a estratégia dos serviços públicos ao mais alto nível tem como objectivo a imitação do cata-vento.

Aos olhos do cidadão vulgar fica a desconfiança acerca da capacidade e da competência dos «altos» funcionários «responsáveis» pelos serviços públicos, bem pagos e livres dos cortes dos subsídios de férias e de Natal, que passam a receber com outro nome.

No caso do Ensino, sendo a Educação um pilar da sociedade e que deve constituir um exemplo de organização, de rigor e de eficiência para a formação dos cidadãos de amanhã, é pena que imite o cata-vento, em sucessivas mudanças, mostrando que as decisões são tomadas antes de serem devidamente estudadas, analisadas, usando o diálogo mais alargado possível. Seria preferível adiar uma decisão do que depois de ser tomada e publicada ter de ser alterada, em consequências de reclamações e observações atendíveis que foram ignoradas na deficiente preparação.

Também na «rectificação» do «rectificativo» entregue na véspera, nada abona da dedicação e do rigor com que as coisas são tratadas, não tendo havido o cuidado de rever conscientemente os papeis elaborados, antes de saírem do gabinete.

Errar é humano mas não é dignificante e quem erra deve ser punido, pelo menos com averbamento na folha de avaliação contínua. Imunidade e impunidade estão certamente entre as causas mais graves da actual situação de crise que estamos a viver e que importa eliminar radicalmente.

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