sábado, 29 de dezembro de 2012

2013 será mais do mesmo? Ou pior?


Em diálogo com comentador de blogue surgiu a ideia de 2013 poder trazer violência (caçador) para resolver a crise ou suicídio colectivo por incapacidade de resistir.

Das alternativas indicadas, é realmente mais positivo ser caçador do que recorrer ao suicídio, embora haja muitos que depois de grandes caçadas se suicidam… Mas nunca fui apologista do uso das armas para resolver litígios que podem e devem ser resolvidos por forma menos primitiva, mais civilizada, pelo diálogo e pela negociação, em vez de violência que atinge inocentes e destrói património e recursos que depois fazem falta.

As palavras com que nos embriagam e obscurecem o espírito crítico são uma arma poderosa e tudo devemos fazer para incitar as pessoas a usar o seu próprio raciocínio, o seu espírito crítico, para não se deixarem arrastar por palavras patéticas, por promessas de falso optimismo. Muitas vezes, é preferível errar pela sua própria opinião do que o fazer pela opinião dos outros. Se tem receio de a sua opinião estar errada, a dos outros também pode não estar certa e eles podem estar a defender interesses ocultos. A simpatia e as palavras promissoras são arma dos vigaristas, o que não significa que não possam ser utilizadas também por pessoas bem intencionadas e nossas amigas, mas devemos estar preparados para discernir e escolher. Por isso tem sido aqui referido que é necessário pensar antes de decidir.

Quando os cidadãos se habituarem a olhar esclarecidamente para os seus deveres e direitos de cidadania, compreenderão que devem agir responsavelmente guiados pelo seu raciocínio e não por propagandas e por promessas falaciosas, veiculadas por discursos de água destilada, sem conteúdo credível. Como podemos acreditar em promessas de indivíduos que já muito prometeram e, depois, nada alteraram ou até agiram em sentido oposto ao prometido. Muitas vezes, tais indivíduos comportam-se como aquilo que José Gil, já aqui citado, denominou de «neuróticos obsessivos» que se convencem que as suas ideias são acções. Porém, na realidade, o facto de muito teimarem numa ideia do «custe o que custar», não significa que ela seja posta em prática e, se for decidida, pode ter de vir a recuar, como tantas vezes tem acontecido, porque estava distante da realidade, porque não foi racionalmente preparada, porque não foi precedida pela metodologia «pensar antes de decidir» ou por outra semelhante.

O povo está a ficar mais esclarecido e os próximos dois meses obrigá-lo-ão a ver claramente o buraco em que as más políticas dos últimos tempos o lançaram. E, depois, talvez comece a funcionar a democracia, no seu significado etimológico.

Foram desrespeitados «direitos adquiridos» dos cidadãos da classe média, mas quando se fala dos abusos do poder em benefício das hidras que sugam o país, é argumentado que se trata de direitos adquiridos e não se lhes pode tocar. Estão neste caso as reformas milionárias e acumuladas (ainda não foi decretado limite máximo para tais despesas do Estado), a tolerância para o enriquecimento ilícito (não querem mexer no «ónus da prova»), as muitas dezenas de «observatórios» de utilidade duvidosa ou inúteis, os apoios a fundações que servem para enriquecimento de «tentáculos do polvo», o critério das nomeações dos «administradores» de empresa e de instituições públicas dependentes do Governo ou das autarquias, etc, etc.

Enfim, cada um usará a ferramenta que achar melhor para acabar com as fugas abusivas do dinheiro que nos é sacado. Uma ferramenta pode ser a escrita que deve ser usada com finalidade didáctica, generosa, altruista, construtiva, esclarecedora, incitando ao raciocínio para a livre formação de opinião pessoal.

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