segunda-feira, 26 de agosto de 2013

FOGOS FLORESTAIS. LIMPEZA DA FLORESTA


Em plena época de fogos florestais, há inúmeras lamentações acerca da falta de limpeza das florestas, o que mostra a importância desta como factor preventivo da catástrofe que nos assola anualmente. Mas, infelizmente, não se vê uma medida eficaz para garantir uma limpeza adequada e evitar os dramáticos fogos.

Tal limpeza tem custos e muitos pequenos proprietários não possuem meios financeiros para a fazer e dar destino aos produtos retirados das matas. As autarquias também não olham para o problema com tanto sentido de responsabilidade como quando decidem fazer obras de ostentação como rotundas nem sempre vantajosas a não ser para construtores e corruptos.

Dizia há dias um amigo: «Ainda sou do tempo em que» as matas estavam sempre em estado de limpeza que se podia fazer nelas uma fogueira sem o risco de atear incêndio. E esses pequenos fogos eram realmente acesos sem perigo de alastramento quando o pessoal que nelas trabalhava aquecia o almoço que levava de casa em tachos ou marmitas.

Mas ninguém fazia algo com a finalidade de a s limpar, pois a limpeza resultava do aproveitamento de mato e caruma, feito periodicamente a fim de utilização em cama para o gado, amontoamento para decomposição (por vezes em ruas e caminhos) para futuro fertilizante das sementeiras. Por seu lado, os ramos inferiores dos pinheiros, mais propícios ao fogo eram cortados (esgalhados) a fim de obter lenha para a lareira e para o forno do pão e para empar videiras, feijão, ervilhas e tomates, etc.

Ao longo dos anos mais recentes, a modernidade dispensou a utilização de tal matéria-prima natural e recorre a outros meios do que resulta que a mata fica com tudo o que produz e torna-se vulnerável a qualquer descuido ou má intenção com meios igníferos. Perante isto, a limpeza das matas tem que ser feita determinadamente para esse fim e deve ser dado destino aos produtos dela resultantes, por exemplo, para produção de biomassa, com destino a fertilizantes, compactações em lâminas tipo tabopan, blocos para centrais de calor, energia, etc.

Para tais trabalhos de limpeza, as autarquias podem recorrer a desempregados, detidos de prisões com remuneração adequada. E, por outro lado, aos pirómanos, que entretanto continuem a agir, deve ser aplicada pena efectivamente dissuasora. As notícias de inúmeros fogos devastadores que têm afligido as pessoas, tornam urgente a determinação de medidas práticas eficazes, claras e motivadoras. O MAI tem que ir além das palavras simpáticas e das idas aos funerais de bombeiros vítimas do seu trabalho em favor da população e da paisagem nacional.

Segue-se uma lista de links de cartas publicadas em Jornais, desde 08-08-2002 e de posts em blogue.

- Fogos florestais. Helicópteros. Pilotos
- Fogos florestais, sem prevenção eficaz
- Mais vale prevenir do que remediar
- Fogo denuncia país dividido
- A época dos fogos florestais aproxima-se
- Definir a Protecção Civil
- Fogos florestais pertencem ao passado
- Prevenção de fogos florestais
- Fogos florestais e incapacidade dos políticos
- Fogos florestais. Prevenção e combate
- Fogos florestais. Problema a analisar com pormenor
- Fogos florestais. Problema a não esquecer
- Fogos Florestais - Enxurradas
- Mais vale prevenir do que remediar
- Prevenção de fogos florestais
- Prevenção nas florestas
- Vigilância das florestas pelo motoclube de Alcains
- Limpar Portugal em permanência
- Fogos Florestais 2010
- Fogos florestais. Mais vale prevenir!!!
- Os fogos acabam hoje ???
- Brincar aos planos de prevenção???
- Fogos testam capacidades de génios
- A floresta exige mais cuidados
- Políticos não são pessoas superiores
- Conhecer a floresta para a amar e preservar

Imagem de arquivo

2 comentários:

MARILENE disse...

Não são cuidadas e só lembradas em ocasiões de catástrofes e destruição. Infelizmente, muitas queimadas são provocadas , intencionalmente, pelo homem.

A. João Soares disse...

Muitos incêndios são ateados por criminosos. Alguns são pirómanos e nem têm consciência do perigo que geram com o fogo que alastra.
A limpeza que referi impediria o alastramento de fogos quer acidentais quer provocados.
A limpeza não é encargo fácil para muitos proprietários porque dá muita despesa se obtenção de benefícios visíveis. Por isso recordo que, há cerca de 50 anos, pretenderam obrigar ao emparcelamento da propriedade rural por forma a deixar de haver minifúndios e apenas passaria a haver empresas de dimensão rentável, e em cada dessas empresas cada proprietário contribuinte ficaria com uma quota correspondente ao valor atribuído à sua parcela. Então já poderia ser imposta a limpeza à respectiva empresa. Enquanto isso não for concretizado deverá ser a autarquia a preservar a riqueza colectiva constituída pelo bem comum das áreas verdes.

Cumprimentos
João