sábado, 22 de novembro de 2014

REFLEXÕES PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES


A campanha eleitoral, embora informalmente, já foi iniciada, como se vê em notícias demasiado frequentes. Por vezes, reveste-se de afirmações que contrariam os factos reais de conhecimento público. É que os políticos mentem intencionalmente, sem o mínimo recato, nem respeito pela capacidade intelectiva de grande parte da população. Com isso procuram enganar os cidadãos menos esclarecidos e muitos destes são arrastados na sua ingenuidade ou preguiça mental.

Nestas circunstâncias, convém aos cidadãos não dar crédito a fanáticos de um partido ou de uma ideologia e, nem sequer, estabelecer «diálogo esclarecedor» com pessoas desse género. Podemos sair zangados, irritados e com vontade de fazer asneiras, perante teimosias inexplicáveis e irredutíveis. Pelo seu lado,o interlocutor pode ficar com vontade de vingança violenta, por não ter adquirido um seguidor.

Mas, no entanto, é necessário obter esclarecimento e, para isso, é aconselhável conversar com pessoas sensatas, sem dogmatismos, que falem com independência, imparcialidade, compreensão e tolerância, sem quererem impor a sua opinião, e mostrem, a cada momento, gostar de obter um futuro mais promissor para PORTUGAL Há comentadores políticos com preocupação de expor análises da vida pública imparciais, independentes e isentas. Conversando com os primeiros, ouvindo os segundos e lendo análises que pareçam imparciais obtemos ideias que servirão de apoio ou ponto de partida às nossas reflexões pessoais. Não devemos menosprezar a nossa capacidade, o nosso amor a Portugal e a nossa própria opinião, assim formada.

Não é aconselhável deixarmo-nos iludir por qualquer técnico de marketing ou papagaio de partidos. Qualquer deles que perca mais tempo a denegrir um ou mais dos partidos do que o utilizado para apontar soluções possíveis, com viabilidade, para os problemas do País, não merece ser ouvido.

Se é considerado de boa ética cada cidadão fazer quanto puder para bem de Portugal, isso deve ser aplicado aos políticos que devem colocar-se num patamar de civismo que possa servir de exemplo aos populares. Para isso, não devem desperdiçar energias em jogos florais de ataques ao Governo e deste à oposição principalmente à mais forte quanto ao apoio de eleitores. A crítica construtiva é vantajosa ao desenvolvimento nacional, mas a que é simplesmente destrutiva não beneficia ninguém. Há muita gente arrependida de pagar «excursões baratas» ou «banha de cobra» ou outros produtos milagrosos. Há que estar atento, de pé atrás, e exercer os nossos direitos da maneira que garanta mais vantagens e não ir atrás de promessas de «garantias» dos políticos que «asseguram» tudo e mais alguma coisa, com resultados que estão fora das suas capacidades e muitas vezes, das suas intenções. E mesmo naquilo em que tenham intenções aceitáveis pode acontecer que os condicionamentos que lhes serão impostos não lhes permitam «ir por aí». E para cumprir precisam também de competência e coragem, para não se submeter a pressões inconvenientes à generalidade dos portugueses. Como diz o amigo Fernando Vouga, na condução não deve abusar do rectrovisor nem da buzina.

Imagem de A. João Soares

domingo, 9 de novembro de 2014

GUERRA FRIA E DISSUASÃO EXIGEM ATENÇÃO PERMANENTE


Em Berlim, por ocasião da comemoração dos 25 anos da Queda do Muro que dividia a Alemanha, o ex-líder soviético Mickail Gorbachev explicou que a Rússia e a Ucrânia colocaram o mundo à beira de uma nova Guerra Fria. Este conceito que pesou sobre a Europa e no Mundo, durante quase meio século, consistia numa paz frágil, situada no fio da navalha em equilíbrio precário, com receio de uma eclosão a qualquer momento por uma simples deficiente interpretação de qualquer sinal duvidoso quanto a possível ameaça.

Agora tal receio, exigindo permanente observação do mínimo sinal, agravou-se com o frequente sobrevoo por bombardeiros russos dos mares que circundam a Europa. Os aviões portuguese tiveram que intervir por duas vezes, devido à passagem não identificada de esquadras russas sobre as águas de responsabilidade das nossas forças. O mesmo se passou, com os meios navais em relação à presença de um navio hidrográfico russo .

Este jogo de exibir e ostentar força exige extremo cuidado, havendo que evitar erros de apreciação. É sabido que toda a guerra é precedida por um jogo de exibicionismo de força, com intenção de dissuadir o adversário e exigir cedências, numa negociação de alto risco. Mas nesse jogo de bluff há o perigo de uma deficiente interpretação. Por exemplo, foi esse perigo que originou a guerra do Iraque iniciada em 20 de Março de 2003. Saddam estava a ser pressionado para abandonar o Poder e, perante a presença de grande volume de foras dos três aramos concentradas na embocadura do Golfo Pérsico, estava a levar a sério as manobras dos EUA, e tinha em preparação a sua retirada para um de dois palácios que lhe foram oferecidos na Líbia e na Arábia Saudita mas, a dada altura, embora o espaço aéreo estivesse fechado, chegou um avião francês com representantes de empresas petrolíferas para renovarem os seus contractos de exploração. Perante este à vontade francês, Saddam, foi levado a pensar que as manobras americanas eram apenas bluff e não estavam realmente decididas a intervir. Por isso, não cumpriu a imposição que lhe fora feita, e que teria de ser efectuada em prazo fixo. O resultado foi, no fim desse prazo, ser iniciada a invasão. Portanto, o bluff que precede uma guerra não deve ser menosprezado. É preciso ter muito cuidado. Estes voos e outros exercícios são testes que devem ser levados a sério por ambos os lados.

E perante tal ostentação de força pelos russos, a NATO pretende responder de forma convincente, como se viu pel estilo das intercepções dos meios aéreos e navais atrás referidos. E, além disso, e atendendo a sugestões dos países da Europa de Leste, vai ser realizado em 2015 um exercício da Nato, Trident Juncture 2015, em grande escala, perto da Fronteira Leste, classificado como “operação de músculo”, na simbologia militar, e que é destinado a exercer um grande efeito dissuasor perante potenciais inimigos. Isto representa uma mensagem clara da NATO, em tempos de crise. No entanto, este jogo musculado exige precauções das duas partes, tornando claro que não se pretende mais do que manter a convivência pacífica e evitando situações duvidosas que possam conduzir a erros não desejados.

Não esqueçamos que a guerra fria posterior à II Guerra mundial teve momentos de grande tensão, mas foi conseguida a paz possível.

Imagem de arquivo

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O COMPLEXO DO RETROVISOR


O automobilista não deve abusar da utilização do retrovisor. O tempo não perdoa e, em cada segundo que se perde a olhar o retrovisor, o carro avança alguns metros que podem estragar a viagem, o carro ou vidas. Isto é verdadeiro na vida prática de cada um. O passado tem a sua importância e há a adequada oportunidade de ser relembrado, quer se trate de D. Afonso Henriques, D. Dinis, o Infante D. Henrique, o Marquês de Pombal, Salazar ou mesmo Sócrates.

O passado serve para dele se extraírem lições que ajudem a melhor preparar o futuro. A destruição de Hiroshima pela primeira bomba atómica, depois das lágrimas pelos danos, estimulou a força de vontade e as capacidades e competências das autoridades e das populações e depressa fizeram a reconstrução em, moldes mais modernos, de novas urbanizações e de melhor qualidade de vida para o povo. O mesmo se passou nas cidades alemãs destruídas durante a II Guerra Mundial, e cidades francesas, inglesas ou holandesas, etc. ou com as torres gémeas americanas.

Nada adianta recorrer ao passado seja distante ou recente para tentar justificar as incapacidades e incompetências do presente. O que interessa é procurar a melhor solução para avançar firmemente para o futuro e mostrar resultados em curto prazo à medida que forem visíveis, mas sem malabarismos nem palhaçadas com fins ilusórios de falsas esperanças.

Hoje, depois de mais de três anos da queda de José Sócrates, ainda se lhe atribuem todas as dificuldades da vida nacional, porque nada se fez de correcto para avançar paulatinamente para uma recuperação firme e segura de um futuro melhor. Mais de três anos é sacrifício demasiado de suportar sem se ver levantar os alicerces das estruturas de uma obra definitiva para ficar como marco de uma geração válida para os futuros cidadãos. A obsessão do rectrovisor fez perder o controlo para se seguir o rumo estratégico e, sem isso, continuamos à deriva, em pára-arranca, na Educação, na Saúde, na Justiça, no combate à corrupção, etc. etc. A nossa Hiroxima, por este andar, nunca será reconstruída. Estive a comparar a minha pensão de reformado do ano de 2010 com a de 2013 e vi que perdi 25% em cortes sucessivos; corte idêntico irei verificar no fim deste ano e está prometido solenemente que a austeridade disfarçada em muitas variantes com diversas nomes irá continuar em 2015… e se este governo continuar, como serão os anos seguintes?

Hoje, ao almoço, estive com defensores fanáticos do Governo que, sem argumentos lógicos e convincentes, negam-se a aceitar e analisar factos reais, e em resposta, recitam a sua obsessão do rectovisor, de que tudo se deve a Sócrates e, devido a ele, o Governo, apesar da sua vasta e onerosa equipa de colaboradores, em salários e mordomias, não conseguiu ainda encontrar a pista a seguir para um futuro melhor. Dizem que não é por falta de competência do actual Governo, é por culpa de Sócrates!!!. O que dirão a isto Adriano Moreira, Diogo Freitas do Amaral, Manuela Ferreira Leite, José Pacheco Pereira, Luís Marques Mendes,, , António Bagão Félix, Paulo Morais, Rui Rio, António Capucho, etc.?

A João Soares 141007
Imagem de arquivo